A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) repudiou hoje um conjunto de “agressões” aos seus associados, verificadas em diversos jogos das associações distritais e regionais, e pediu “punição” exemplar para quem denigre a classe.

“A APAF não pode deixar de repudiar e condenar as agressões a equipas de arbitragem ocorridas ao longo dos últimos fins de semana em jogos promovidos pelas várias Associações Distritais e Regionais. São o reflexo de um discurso cada vez mais patente no futebol, que continua a demonstrar a falta de cultura desportiva em Portugal”, critica.

O organismo diz que “a irresponsabilidade e a impunidade são claramente um acelerador para estes tristes episódios” que, entende, atiram para segundo plano o “trabalho de excelência” que é realizado em milhares de jogos.

A APAF informa que já procedeu ao envio para as instâncias desportivas, civis e criminais de “todas as declarações” nas quais considera que “a seriedade e honorabilidade dos árbitros foi colocada em causa”.

A instituição condena ainda a “forma cruel e desumana como está a ser condenado” o árbitro Luís Reforço, “com uma carreira de 28 anos”: no Torriense-Anadia, o ‘juiz’ mandou repetir um penálti por duas vezes a favor dos locais e expulsou dois atletas forasteiros.

“Todos sabemos que existem procedimentos e locais próprios para que o desempenho dos árbitros possa ser analisado e classificado e, por esse motivo, a APAF jamais aceitará que este autêntico julgamento seja efetuado em praça pública”, critica.

A APAF defende ainda que a “falta de enquadramento legal não pode servir eternamente de desculpa” para que as instituições não atuem no sentido de punir todos os prevaricadores no fenómeno desportivo.

“Tememos que possamos estar a entrar num caminho, no qual caso não exista uma mudança de paradigma, esta tipologia de discurso possa culminar numa situação de gravidade sem igual”, conclui.