O treinador português Cláudio Braga admitiu hoje que a subida do seu Fortuna Sittard à Eredivisie - a primeira liga de futebol holandesa – constitui um "um momento único" na sua carreira.
A promoção ficou garantida no fim de semana após o triunfo por 1-0 sobre a equipa secundária do PSV, na 38.ª e última jornada da segunda liga, e o técnico português que está à frente do clube admite que esse foi um objetivo escondido.
“As coisas surgiram com alguma naturalidade, mas sempre com os pés bem assentes no chão", disse.
"O Fortuna era um clube que, nas últimas três temporadas lutava por não descer. No ano passado a situação ficou mesmo crítica. Os adeptos viraram-se contra o clube. Esteve para fechar as portas. Entretanto entrou um novo dono e a situação alterou-se. As coisas começaram a correr bem no início desta época, ainda com o anterior treinador”, o nigeriano Sunday Oliseh, explicou Cláudio Braga.
Mas, e apesar da mudança radical do desempenho da equipa - o Fortuna esteve sempre nos primeiros lugares da tabela - o objetivo do clube era " fazer uma época estável", e segundo Cláudio Braga o "sonho" de subir de divisão "sempre foi encarado com muita cautela".
O técnico português, no entanto, desde que assumiu ao comando da equipa, após a 24.ª jornada, sentiu que esse feito podia ser conseguido.
"Acreditei por três motivos. O primeiro é porque conhecia bem a qualidade do plantel, o segundo é porque sabia que agora o clube estava a ser gerido de forma profissional e finalmente porque acredito no meu trabalho e no da restante equipa técnica. E o meu ‘felling' estava correto", referiu ainda.
Em relação à continuidade no clube holandês, Cláudio Braga admite que "ainda tudo é uma incógnita", mas diz-se tranquilo.
"Acredito que nesta nova etapa da vida do clube existam outras exigências mas a mesma cautela e com o objetivo de ter uma equipa estável. Mas ainda não sei se vou continuar", revelou o treinador que afirmou sentir-se bem no clube holandês mas que, ainda assim, ambiciona um dia regressar a Portugal.
"O que ambiciono é estar num projeto em que sabemos que nos querem e onde o nosso trabalho é respeitado. E neste momento eu sinto isso. Gostaria imenso de regressar um dia a Portugal, é a minha terra, a minha zona de conforto, no entanto, tenho consciência que na minha profissão tenho que estar aberto a todas as propostas que surgirem, dentro e fora do meu país", afirmou ainda.
Cláudio Braga não tem um treinador que considere como a sua referência, no entanto, não teve dificuldade em apontar prontamente nomes de alguns técnicos que admira, nomeadamente, Leonardo Jardim, André Villas Boas ou José Mourinho, não esquecendo também "uma nova geração de grande qualidade" onde incluiu, por exemplo, Marco Silva.
O Fortuna, que já não estava na Eredivisie desde 2001/2002, e que conta com quatro jogadores portugueses no plantel (Mica Pinto, André Vidigal, Lisandro Semedo e Miguel Santos), terminou o campeonato a 20 equipas no segundo lugar, com 78 pontos.
Ficou atrás da equipa B do Ajax, que terminou em primeiro, com 79 pontos, mas não pode subir porque já tem a equipa principal na primeira liga.
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