A Seleção Portuguesa tem brilhado no Europeu sub-19 da Hungria, onde soma duas vitórias em outros tantos jogos. Ontem, foi a vez da anfitriã Hungria ser “cilindrada” por 6-1 por uma equipa portuguesa bem trabalhada, madura e perfeita taticamente, que apostou na circulação de bola e num futebol apoiado entre blocos.

Depois de terem vencido húngaros (6-1) e israelitas (3-0), os jovens lusos ocupam o primeiro lugar do grupo A, com os mesmos pontos da Áustria - com quem joga na próxima sexta-feira, e garantiram de uma assentada a qualificação para as meias-finais da prova e a presença no Mundial de sub-20, a ser realizado no próximo ano na Nova Zelândia.

Hélio Sousa tem mérito no grupo que formou, mas esta equipa é mais do que isso. Portugal volta a ter seleção jovem forte, algo que já não se via desde a “geração de ouro”, e o sinal mais evidente disso é a presença consecutiva dos sub-19 em fases finais de grandes competições (2012, 2013 e 2014), sendo que nas duas últimas conseguiu apurar-se para as “meias”.

Com um grupo que se conhece quase de olhos fechados, o treinador de 44 anos, só teve de montar o puzzle e identificar as peças a melhorar. Mas, para isso é preciso haver matéria-prima e ela tem surgido mais do que nunca. Uma maior aposta na formação tem sido evidente - com a criação das equipas B e com o aparecimento de competições internacionais jovens como é o caso da UEFA Youth League – são sinais animadores, ainda mais depois do desastre no Mundial do Brasil, onde Portugal teve a terceira seleção mais envelhecida da competição.

Este caminho revela jogadores com níveis competitivos elevados e com maior experiência, fruto de uma participação em competições profissionais onde lutam por objetivos bem definidos. Jovens como André Silva, Rony Lopes, Gelson Martins, Tomás Podstawski, Guzzo, Rafa e Riquicho parecem ter um futuro brilhante e, embora ainda lhes faltem vários degraus para subir, há bons indicadores para o sector avançado de Portugal, um problema quase estrutural.

Depois do “póquer” de ontem, frente à Hungria, André Silva tem sido a grande estrela da seleção sub-19 e conta já com 5 golos em dois jogos na prova, ocupando o topo da tabela dos melhores marcadores. Formado no FC Porto, o jovem foi aposta de Luís Castro na formação B dos “dragões” na temporada passada, depois de ter estado em destaque nos juniores, tal como Podstawski e Rafa. Rafael Guzzo tem feito o mesmo percurso no Benfica e Gelson Martins e Riquicho nos “leões”.

No entanto, não é só na aposta dos clubes portugueses que se tem vindo a comprovar a existência de valores e o facto de alguns deste jovens pertencerem aos quadros de grandes clubes europeus, como é o caso de Rony Lopes e Jorge Intima (Manchester City), Jordan Machado (Montpellier), representando 16,8% dos convocados neste Euro’2014.

A vitória nesta competição onde, a par com Portugal, Alemanha e Sérvia – campeã em título – são os grandes favoritos ao primeiro lugar, seria um ótimo indicador quando se tem falado mais do que nunca numa aposta nos jovens portugueses nas competições em Portugal em detrimento da importação de valores estrangeiros.