A seleção portuguesa de sub-21 tem dado primazia ao desenvolvimento das “relações dentro e fora de campo” nos primeiros dias de estágio para a fase final do Europeu da categoria, admitiu hoje o futebolista Alexandre Penetra.

“Claro que já estivemos todos juntos em vários estágios, mas acredito que é bom recriar essas ligações nas primeiras semanas e nos primeiros treinos e voltar a sentir aquilo que o colega [de equipa] e o treinador gostam. Em vez de pensarmos já no primeiro jogo, se calhar importa olhar um pouco mais para nós e perceber aquilo que nos pode levar longe no Europeu”, assumiu o defesa do Famalicão, de 21 anos, em conferência de imprensa.

Na sessão matinal, decorrida na Cidade do Futebol, em Oeiras, o selecionador Rui Jorge contou com 22 dos 24 convocados sem limitações, ao passo que o avançado Francisco Conceição, dos neerlandeses do Ajax, treinou de forma condicionada e Fábio Vieira, dos ingleses do Arsenal, foi autorizado a juntar-se ao grupo a partir da próxima quarta-feira.

“Os treinos decorrem sempre na máxima intensidade e todos querem dar o seu melhor a nível individual em prol do coletivo. Isso é bom. Há uma competição saudável, que todos os grupos devem ter para poderem obter grandes conquistas e resultados”, considerou.

A 24.ª edição do campeonato da Europa de sub-21 vai ser disputada em três cidades da Geórgia e duas da Roménia, de 21 de junho a 08 de julho, com Portugal ainda em busca do seu primeiro êxito nesta categoria, após as derrotas nas finais de 1994, 2015 e 2021.

“O grupo está confiante. Agora, não quero estar aqui a dizer que somos favoritos, porque não acho que esse seja o caminho correto. Temos de olhar jogo a jogo e perceber aquilo que somos capazes de fazer. Acreditamos muito uns nos outros e no nosso trabalho. É a isso que nos vamos agarrar para tentar ir o mais longe possível”, direcionou Penetra, que somou 36 jogos, quatro golos e duas assistências ao serviço do Famalicão em 2022/23.

A equipa das ‘quinas’ cumprirá os três desafios do Grupo A na capital da Geórgia, Tbilisi, sempre às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), defrontando os anfitriões, que se estreiam na prova (21 de junho), os Países Baixos (24), campeões em 2006 e 2007, e a Bélgica (27).

“Sabemos que temos adversários complicados nesta fase de grupos. Ainda não temos a certeza do que possa acontecer com a Geórgia, até pelos jogadores que poderão atuar, mas é um assunto que teremos tempo para analisar ao pormenor mais à frente”, avaliou.

Portugal precisa de terminar numa das duas primeiras posições da ‘poule’ para aceder à fase seguinte do Europeu de sub-21, que reúne 16 finalistas pela segunda vez seguida e cuja decisão está prevista para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi, na Geórgia.

Em disputa vão estar ainda três vagas para os Jogos Olímpicos de Paris2024, das quais se excluem a França, apurada automaticamente como anfitriã, e a Inglaterra, inelegível.

“Estamos todos preparados para jogar de três em três dias. Isso acontece nos clubes e agora não vai fugir à regra [na seleção]. Aliado a isso, há ainda essa motivação de jogar uma fase final de um Europeu, que é sempre aquilo que os jogadores querem”, reiterou.

Defesa central de origem, Alexandre Penetra disputou três partidas de qualificação e os últimos dois jogos particulares da seleção nacional de sub-21 nesse lugar, apesar de ter derivado para a ala direita ao longo das duas épocas na equipa principal do Famalicão.

“Sinceramente, não tenho uma preferência. Sinto-me confortável nas duas [posições]. É óbvio que já tenho uma bagagem maior como central e mais anos [de experiência], mas passar a lateral também foi uma adaptação feliz. O mais importante é estar disponível e ajudar a equipa seja em que posição for e quando o ‘mister’ assim o entender”, finalizou.