Portugal está entre os candidatos à conquista do Europeu de sub-21, apesar das adversidades enfrentadas na formação da convocatória, admite o futebolista Diogo Queirós, capitão em 2021, na terceira e última final perdida pelos lusos.

“Portugal é sempre candidato a vencer todas as provas jovens de seleções. Temos uma formação e uma maneira de desenvolver jogadores que é das melhores do mundo. Seja qual for o fator que estiver contra nós, tenho a certeza de que os atletas presentes darão tudo para dignificar a equipa da melhor forma”, disse à agência Lusa o defesa central do Dunkerque, do segundo escalão francês e orientado pelo técnico português Luís Castro.

A 25.ª edição do principal torneio europeu de seleções de sub-21 decorrerá entre quarta-feira e 28 de junho, na Eslováquia, e coincide de forma inédita com o Mundial de clubes, no qual vão estar Benfica e FC Porto, de 14 de junho a 13 de julho, nos Estados Unidos.

“É uma pena que o Eduardo Quaresma e o Fábio Silva [estiveram pré-convocados, mas ficaram ausentes da lista final] não possam dar o contributo à equipa, mas estamos bem servidos com quem lá estiver. Sinto também que este Mundial de clubes vem afetar um pouco toda a logística normal de uma época”, contextualizou Diogo Queirós, de 26 anos.

Finalista em 1994, 2015 e 2021, Portugal surge pela 10.ª vez, e terceira consecutiva, em fases finais de sub-21 e cumprirá as três partidas do Grupo C em Trencin, defrontando a França, campeã continental em 1988, na quarta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa).

Seguem-se os duelos com a Polónia, em 14 de junho, às 21:00 (20:00), e a Geórgia, três dias depois, às 18:00 (17:00), sendo que os dois primeiros colocados das quatro ‘poules’ acedem à fase a eliminar e a final será realizada no Estádio Tehelné pole, em Bratislava.

“É verdade que ultimamente muitos jovens chegam mais rápido à seleção principal, mas isso conta para todos. Mesmo assim, acho que a competição não perde muita qualidade nem exigência, porque aqueles que lá estiverem são considerados os melhores de cada país nesta altura. Será uma prova de grande prestígio na mesma”, vincou Diogo Queirós.

O campeão continental de sub-17 em 2016 e de sub-19 em 2018, sempre como capitão, eleva o papel junto dos atletas do selecionador de ‘esperanças’ Rui Jorge, recordista de jogos (123) e vitórias (88) nos sub-21 nacionais e caso único de longevidade no escalão, que já exerce funções há 14 anos e meio e vai participar na quinta fase final, após duas finais perdidas (2015 e 2021) e ‘quedas’ na fase de grupos (2017) e nos ‘quartos’ (2023).

“Ensinou-me muitas coisas distintas do que fazia nos clubes, porque tem uma identidade própria. Desde o primeiro dia, avisa cada atleta que lhe chega às mãos sobre aquilo que quer e como tem de ser feito. Cabe, depois, aos jogadores darem o seu melhor. O estilo de jogo que ele preconiza é bastante bom e traz coisas positivas para se poder alcançar bons feitos. Espero que seja desta vez que consigamos conquistar o Europeu”, apontou.

Diogo Queirós evoca com orgulho o percurso nas seleções jovens, que culminou com a derrota frente à Alemanha na final de 2021 (1-0), sentenciada por Lukas Nmecha aos 49 minutos, em Ljubljana, negando o troféu a um conjunto com os agora internacionais ‘AA’ Diogo Costa, Diogo Dalot, Vitinha, Rafael Leão, Francisco Conceição e Gonçalo Ramos.

“Tínhamos em mente terminar a ganhar com os sub-21 [depois dos triunfos nos sub-17 e com os sub-19] para ficar realmente marcados na história do futebol jovem europeu. Não colocámos essa cereja no topo do bolo, mas, pelo que jogámos e pelos grandes desafios ultrapassados, foi uma campanha muito positiva”, assumiu o vencedor da Youth League pelo FC Porto, em 2018/19, com 72 internacionalizações nas equipas de base nacionais.