O selecionador italiano de futebol de sub-21 pediu hoje uma postura corajosa no embate de segunda-feira com Portugal, dos quartos de final do Europeu da categoria, relativizando qual das seleções parte com maior favoritismo.

“Quero uma equipa que não tenha medo de ninguém, que jogue de forma inteligente e entre em campo para tentar fazer o seu jogo. Como estas partidas são de elevado nível, será difícil pensar que podemos dominar. Haverá várias situações para ler e deveremos agir com inteligência”, considerou Paolo Nicolato, em videoconferência de imprensa.

Na primeira fase, disputada entre 24 e 31 de março, a Itália foi segunda colocada no Grupo B, com cinco pontos, depois de empates com República Checa (1-1) e Espanha (0-0) e uma vitória sobre a Eslovénia (4-0), enquanto Portugal venceu a ‘poule’ D, com nove pontos, graças a um ‘pleno’ de vitórias sobre Croácia (1-0), Inglaterra (2-0) e Suíça (3-0).

“Provavelmente, não começamos como favoritos contra Portugal. Estamos ao nível de equipas muito importantes, mas não estou particularmente interessado em ser favorito ou não. O campo decidirá. Quando defrontamos adversário tão fortes, há o risco de começar tímido e tentar ser conservador, mas não duvido que terei uma equipa corajosa”, vincou.

Paolo Nicolato, de 54 anos, orientou as seleções transalpinas entre os escalões sub-16 e de ‘esperanças’ nos último cinco anos e participou há quase três na final do Europeu de sub-19, que a equipa das ‘quinas’ venceu em solo finlandês (4-3, após prolongamento).

“Terminar em segundo ou terceiro não são resultados fáceis de alcançar em provas com 55 equipas. Sou contra essa cultura de que só quem vence é bom e os outros são meros derrotados. Eu beijaria a medalha de prata, mas também a de bronze. Estes rapazes sempre me mostraram que dão 100% até ao fim, estejam a ganhar ou a perder”, notou.

Sete jogadores presentes nessa final foram convocados pela ‘gli azzurrini’ para a ronda decisiva do Europeu de sub-21, entre os quais o defesa Enrico Del Prato, que prometeu “dar o melhor” diante de um “adversário forte e uma das melhores seleções europeias”.

“Sabemos que é um jogo crucial, porque agora todos os jogos serão a eliminar. Estarmos aqui significa que temos grandes valores e com certeza iremos colocá-los em campo”, admitiu o defesa, de 21 anos, que alinhou esta época no Reggina, da II Liga italiana, cedido pela Atalanta, e contribuiu para o quarto lugar de Itália no Mundial2019 de sub-20.

Portugal nunca derrotou os transalpinos em fases finais de Europeus de sub-21, mas Enrico Del Prato acredita em oposição “muito forte”, na linha de outros candidatos à conquista do Euro2021, como França, Países Baixos ou a detentora do troféu Espanha.

“Sabemos que eles são bons no último terço. Apresentam uma excelente equipa na perspetiva atacante e as individualidades falam por si próprias. Temos de defender muito bem, tal como fizemos contra a Espanha, mas também precisamos de assegurar que somos muito cirúrgicos na frente assim que recuperarmos a bola”, sugeriu o central.

Enrico Del Prato cumpriu dois jogos na primeira fase e viu dois cartões amarelos, vertente na qual a pentacampeã europeia de sub-21 (1992, 1994, 1996, 2000 e 2004) foi a equipa mais indisciplinada, com quatro expulsões por acumulação e mais uma de forma direta.

“Os árbitros são mais rígidos e entendemos a lição. Jogaremos com aquela maldade competitiva de que precisamos, mas atentando aos cartões”, concluiu, aludindo às suspensões de Gianluca Frabotta, Riccardo Marchizza e Sandro Tonali, ausentes da ronda eliminatória, tal como Lorenzo Colombo e Matteo Gabbia, ambos por opção.

O vencedor do jogo entre Portugal e Itália, que arranca às 21:00 (20:00 em Lisboa), no Estádio Stozice, em Ljubljana, com arbitragem do francês François Letexier, encontrará nas meias-finais Espanha ou Croácia, que se defrontam três horas antes em Maribor.

A equipa das ‘quinas’ procura um inédito título à oitava presença na fase final de um Europeu de sub-21, que tem decorrido na Hungria e Eslovénia num formato desfasado, devido ao adiamento para este ano do Euro2020, motivado pela pandemia de covid-19.