O fator casa e um leque reforçado de opções serão barreiras impostas pela estreante e coanfitriã Geórgia à seleção nacional de sub-21 na abertura do Grupo A do Europeu da categoria, na quarta-feira, admitiu hoje o futebolista Leonardo Lelo.

“Na teoria, é a [seleção] mais fraca, mas terá o apoio do seu público em casa. A Geórgia tem esse fator casa e ainda vai trazer alguns atletas da seleção principal. Não podemos esperar um jogo fácil. Pelo contrário, será bastante difícil e é importantíssimo começar a ganhar”, contextualizou o defesa do Casa Pia, de 23 anos, em conferência de imprensa.

A formação comandada por Rui Jorge evoluiu pelo terceiro dia consecutivo num relvado secundário do Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, capital da Geórgia, tendo 22 dos 23 jogadores convocados disponíveis, à exceção de Fábio Vieira, dos ingleses do Arsenal.

Distinguido como o melhor futebolista da última edição do Europeu, o médio juntou-se ao grupo apenas na segunda semana de estágio, ainda na Cidade do Futebol, em Oeiras, e foi estando sempre restringido a trabalho de recuperação no ginásio, tendo parado hoje.

Portugal impôs-se à Geórgia (4-1), em setembro de 2022, na Covilhã, num particular que resume o histórico de confrontos entre ambos no escalão de ‘esperanças’, correspondeu ao primeiro de cinco ‘ensaios’ para a fase final e possibilitou a estreia de Leonardo Lelo.

“Soube [da chamada] no próprio dia em que saiu essa convocatória. Sinceramente, não estava muito à espera na altura, mas foi uma felicidade enorme e hoje aqui estou. Ficará para sempre na minha memória e conseguimos sair com a vitória. Agora, haverá sempre algumas diferenças, mas acho que é possível retirar algo dessa partida. A realidade da Geórgia em nada nos afeta. Vamos fazer o nosso trabalho e procurar a vitória”, apontou.

Portugal começa a sua nona participação em fases finais face à Geórgia, na quarta-feira, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Boris Paichadze, em Tbilisi, na abertura do Grupo A, que ainda envolve um jogo em simultâneo entre os Países Baixos e a Bélgica.

“Encaramos a expectativa com muita naturalidade. Sabemos que somos candidatos, mas não somos favoritos. O objetivo é chegar o mais longe possível e voltar para casa com o ‘caneco’, mas vamos pensar jogo a jogo. Acredito que isso é o mais importante. Primeiro, temos de passar a fase de grupos. Depois, podemos pensar nos jogos seguintes”, fixou.

​Finalista derrotada em 1994, 2015 e 2021, a formação das ‘quinas’ precisa de ficar numa das duas primeiras posições da ‘poule’ para aceder à fase seguinte da prova, que integra 16 participantes pela segunda edição seguida e é coorganizada por Roménia e Geórgia, país que vai receber a final, aprazada para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi.

“Há uma qualidade fantástica no grupo. Todas as posições estão a ser bem disputadas e quem jogar vai procurar dar o melhor. É isso que queremos. Jogue quem jogue, o mais importante é a seleção”, traçou Leonardo Lelo, frisando a “qualidade acima da média” do avançado internacional ‘AA’ Pedro Neto, que elege como colega mais difícil de defrontar.

O lateral canhoto somou 31 jogos, um golo e seis assistências na segunda temporada ao serviço do Casa Pia, que regressou à I Liga 83 anos depois e terminou na 10.ª posição.

“Penso que foi um ano muito bom a todos os níveis. Só tenho de agradecer e continuar a trabalhar. Europeu de sub-21 como montra para o futuro? Neste momento, não penso no que se passa lá fora. O mais importante é a seleção e é nisso que nos focamos”, definiu.