Médio talentoso, com boa visão de jogo e forte na cobrança de lances de bola parada, Antonín Panenka acabaria por entrar para a história do futebol mundial e dos Campeonatos da Europa graças uma grande penalidade batida de forma então peculiar e original, na final do EURO'76, ajudando a então Checoslováquia a erguer o troféu.
O famoso 'penálti à Panenka' ficou para sempre eternizado e conhecido como tal sempre que alguém se lembra de repetir 'a gracinha'. "Só um louco ou um génio" marca um penálti assim", disse o rei Pelé sobre esse lance. Antonín Panenka teria um pouco dos dois.
De desconhecido a nome lendário do futebol
Nasceu em Praga, a 2 de dezembro de 1948. Ingressou no Bohemians em 1967 e aí passou a maior parte da carreira, numa altura em que não era fácil sair da Checoslováquia, parte integrante do bloco comunista de Leste.
A estreia pela seleção checoslovaca deu-se em 1973 e o primeiro golo surgiu um ano depois, em 1974. Mas, numa era em que pouco se sabia do que se passava "do outro lado da Europa", Panenka era um quase desconhecido quando chegou à fase final da sua primeira grande competição de seleções, na altura jogada no formato de meias-finais e final.
Panenka já tinha brilhado no apuramento para essa fase final do EURO'76, jogado na Jugoslávia, com três golos a Chipre e um à URSS. Depois, nas meias-finais, fez a assistência para um dos golos no triunfo por 3-1 da Checoslováquia, após prolongamento, sobre os Países Baixos de Cruyff e companhia. Depois, na final, com um empate 2-2 a subsistir após 120 minutos de jogo frnete à República Federal da Alemanha, chegaria o momento de glória de Panenka, que eternizaria para sempre o seu nome junto dos amantes do futebol.
Foi a primeira final de uma grande competição de seleções a ser decidida por um desempate por pontapés da marca de grande penalidade. E o empate teimava em persistir, com as duas seleções a converterem os respetivos três primeiros penáltis. Os checoslovacos também marcaram o quarto. Até que Uli Hoeness falhou para os germânicos. A decisão estava nos pés de Panenka. Se marcasse, o título era da surpreendente Checoslováquia.
Partiu para a bola e, no tal misto de genialidade e loucura, picou a bola num toque suave, deixando o lendário Sepp Maier caído no chão, a seguir a trajetória da bola, que entrou lenta e tranquilamente, a meia altura, para o centro da baliza. Se tivesse sido de outra forma, talvez nem sequer figurasse entre as maiores estrelas da história dos Europeus. Mas, da forma como foi, não há como dissociar o nome de Panenka do rol de lendas dos Europeus.
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