Fernando Santos recusou hoje que o Croácia-Portugal, dos oitavos de final do Euro2016 de futebol, tenha sido um jogo aborrecido e afirmou que a seleção nacional vai "morrer em campo para dar uma alegria ao povo".
No dia seguinte ao triunfo sobre os croatas (1-0) e consequente apuramento para os quartos de final do Europeu, o selecionador nacional voltou a abordar várias questões numa conversa informal com os jornalistas.
O técnico rejeitou, prontamente, a ideia de que o encontro de sábado tenha sido "aborrecido" e que Portugal teve uma prestação "feia", revelando que sempre acreditou que o conjunto das ‘quinas’ iria conseguir "evitar o desempate por grandes penalidades".
"Não achei aborrecido. Aborrecido foi para os croatas, que foram para casa. No futebol não há essa questão do bonito e feio. No futebol ou se joga bem ou se joga mal. Do outro lado estava a Croácia, que era uma candidata a ganhar este Europeu. A arte de defender também é uma grande arte no futebol", disse.
Por outro lado, Fernando Santos desvendou o por quê de, no final do jogo, se ter deslocado à bancada onde se encontrava a maior falange de adeptos portugueses, que festejavam a passagem aos ‘quartos’.
"Os jogadores vão morrer em campo para dar uma alegria ao povo. Quando me aproximei, no final do jogo, foi para que os adeptos acreditem em nós e saibam que vamos fazer tudo por eles e pelo país", adiantou.
Na próxima fase, Portugal vai ter pela frente a Polónia, que, segundo o selecionador nacional, "tem dois avançados terríveis, desde logo o Lewandowski e ainda tem o Blaszczykowski, que durante muitos anos jogou no Borussia Dortmund".
Apesar de "respeitar" as análises que têm sido feitas às opções que tem tomado relativamente ao ‘onze’ inicial, o técnico assegurou que continuará "a pensar pela própria cabeça".
"Custa-me ver análises de forma muito clubística. Esta é a equipa de Portugal, a equipa de todos nós e não se enaltece o espírito de equipa. Analisamos muito individualmente e a nível de clube. Tenho de respeitar, mas posso discordar", referiu.
Fernando Santos aproveitou ainda para explicar a razão de ter substituído André Gomes por Renato Sanches, aos cinco minutos da segunda parte.
"Pensei fazer a substituição ao intervalo, porque o André estava a dar sinais de cansaço. Tem andado com um problema e estava a dar sinais de fadiga. Poderia ser preocupante para a equipa. No entanto, precisava de tempo para o Renato aquecer e era preferível que ele aquecesse antes de entrar num jogo que já estava intenso", confessou.
O selecionador realçou ainda a "exibição soberba" de Cristiano Ronaldo, que "deu um grande exemplo, enquanto ‘capitão’", apesar de ter estado muito menos ativo que nas partidas anteriores, e elogiou igualmente o "comportamento ímpar" de Ricardo Quaresma, autor do tento decisivo frente aos croatas.
"O Ricardo foi aquele que percebeu melhor esta questão dos 23. Que estava num lote de 23 jogadores e que qualquer um poderia fazer parte do 11. E aceitou isso com muita naturalidade. Passou a ser um jogador claramente diferente, até na sua produção. Este Ricardo tem sido um exemplo ímpar", salientou.
Já no que diz respeito ao penálti que Nani sofreu a meio da etapa complementar e que não foi assinalado pelo espanhol Carlos Velasco Carballo, Fernando Santos foi cauteloso na análise, aludindo à suspensão de que foi alvo há dois anos, na sequência do Mundial2014.
"Já tenho a minha conta. Não falei de um árbitro e mesmo assim tive de pagar a patente. Mas são lances de futebol. Não estamos a pensar em árbitros. Tenho é de pensar na minha equipa", disse.
Nos quartos de final do Euro2016, a seleção portuguesa defronta a Polónia, num encontro que está agendado para quinta-feira, a partir das 21:00 locais (20:00 em Lisboa), no Estádio Velodróme, em Marselha.
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