A Assembleia Nacional francesa aprovou hoje o prolongamento do estado de emergência por dois meses, até finais de julho, para dispor dos meios considerados necessários para garantir a segurança durante o Euro 2016 e a Volta à França.

A medida já tinha sido aprovada na semana passada pelo Senado, por ampla maioria, e foi hoje confirmada na câmara baixa com 46 votos a favor e 20 contra.

“A ameaça terrorista mantém-se num nível elevado e França, como a União Europeia, é um alvo”, disse o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, antes da votação.

O primeiro-ministro, Manuel Valls, afirmou anteriormente que estava fora de questão cancelar o campeonato europeu de futebol, que deverá atrair dois milhões de adeptos estrangeiros entre 10 de junho e 10 de julho.

Milhões de espetadores são também esperados para o Tour de France, a volta à França em bicicleta, que decorre de 2 a 24 de julho.

“Desistir de eventos desportivos e de eventos culturais é ceder à ameaça terrorista”, disse o ministro à rádio RTL, acrescentando que tudo foi feito para limitar a hipótese de atentados.

O estado de emergência foi declarado após os ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, que fizeram 130 mortos, e prolongado uma primeira vez, em fevereiro, até 26 de maio.

Ao abrigo do estado de emergência, a polícia pode colocar em prisão domiciliária qualquer pessoa “cuja atividade seja perigosa para a segurança e ordem públicas” e realizar “buscas domiciliárias tanto de noite como de dia”.

O prolongamento hoje aprovado não permite contudo, contrariamente ao que ocorria desde novembro, a realização de buscas sem mandado judicial.

Desde a declaração do estado de emergência, cerca de 3.500 buscas foram realizadas, 56 suspeitos detidos e 69 pessoas colocadas em prisão domiciliária, segundo números divulgados pelo governo em abril.