Fernando Meira considera que a seleção portuguesa de futebol pode vencer o Euro2012 e tem mais opções de qualidade do que a de 2008, em cujo europeu o antigo internacional chegou a “capitanear” a equipa.
«Temos uma grande seleção, uma grande referência mundial, o Cristiano Ronaldo, que fez uma grande temporada, pelo que Portugal é, sem dúvida, um dos candidatos a vencer o Europeu», afirmou Fernando Meira em entrevista à agência Lusa.
Do grupo de Portugal, considera a Alemanha, primeiro adversário da seleção das “quinas” e país onde jogou sete temporadas, ao serviço do Estugarda, como o «mais difícil» e, «talvez, o maior favorito a vencer o Europeu».
«O Paulo Bento tem vasta informação sobre o que é o futebol alemão. Tem uma das melhores ligas da Europa, uma grande seleção, com muita juventude, aspeto que poderá tornar-se numa fragilidade. Mas, Portugal tem, acima de tudo, que preocupar-se com o seu estilo de jogo, traçar uma estratégia e segui-la até ao final do Euro. Vai ser difícil, mas não é um jogo decisivo e Portugal pode vencer a Alemanha», disse.
Instado a comparar as seleções de 2008, que foi eliminada nos quartos de final pela Alemanha (3-2), e a atual, considerou-as «diferentes», mas semelhantes no potencial, notando que a ‘sua’ era «mais madura».
«Acho que há um equilíbrio. Não há dúvidas de que havia qualidade em 2008, mas agora a seleção terá mais qualidade em quantidade», disse o jogador, que completa 34 anos em junho e que está parado há alguns meses devido a lesão e ainda a ponderar se prossegue ou termina a carreira.
Meira lembrou que que as posições de defesa esquerdo e guarda-redes, «apesar de existirem boas alternativas, sempre foram um pouco deficitárias em Portugal», mas atualmente essa é uma questão que não se coloca porque há Fábio Coentrão, que «é, sem dúvida, um dos melhores defesas esquerdos do mundo».
Também «a baliza está bem entregue a Rui Patrício, um jovem que tem qualidade, fez uma grande temporada e que está a ser seguido pelos grandes clubes europeus. Isso motiva-o e vai ter agora uma grande competição para mostrar o seu valor», disse.
Defesa central de formação, mas muitas vezes adaptado a “trinco”, Meira considera que Pepe e Bruno Alves formam a melhor dupla de centrais e optaria por jogar com dois médios mais defensivos, porque é dessa forma que «Portugal tem jogado melhor», elegendo para esses lugares João Moutinho e Raúl Meireles.
Do Europeu de 2008, o antigo jogador de Saragoça, Zenit, Galatasaray, Estugarda, Benfica, Vitória de Guimarães e Felgueiras destaca o jogo com a Suíça como o momento mais marcante, sobretudo por ter sido o “capitão” da equipa.
«Portugal já estava apurado, a equipa foi ‘refrescada’ e foi um momento muito bom. Foi uma boa experiência, mas não uma boa participação porque o objetivo é chegar o mais longe possível e vencer sempre», atalhou.
Na altura o selecionador nacional era Luís Felipe Scolari e Fernando Meira considera que «a experiência» do brasileiro »era a sua maior arma».
«Era um homem muito chegado ao grupo, privilegiava muito o espírito de equipa, o balneário para ele era sagrado e o que nos levou longe em 2006 [às meias-finais do Mundial] e ao apuramento para o Euro2008 foi a união que existia no grupo de trabalho», disse.
Sobre Paulo Bento, com quem jogou na seleção, considera que «tem uma grande personalidade, é um treinador que prima pela excelente relação com o grupo e consegue motivar muito bem os jogadores», pelo que «é o homem certo na altura certa».
Deste tipo de competições diz serem «uma grande festa, com uma grande afluência de público e muita paixão», lembrando a presença em massa dos emigrantes portugueses no último Europeu.
«Jamais esqueceremos alguns momentos fora do campo, como o acompanhamento que fizeram à equipa do aeroporto até ao hotel. Os emigrantes sentem muito a pátria e por eles é que perseguimos há vários anos um título para lhes dedicar. Espero que seja este ano», desejou.
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