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Espanha deixou de jogar com “fúria”, optando pelo adormecimento do adversário para vencer os jogos.
Na conferência de antevisão ao desafio das meias-finais, a seleção espanhola foi criticada pela imprensa estrangeira pelo futebol chato que tem praticado. O selecionador espanhol defendeu-se: «Andámos à procura de um estilo. Agora que o temos, todos nos criticam. Parece que há que criticar tudo», respondeu del Bosque, no Donbass Arena, em Donetsk.
«O futebol é grande porque nem todos têm a mesma opinião. Este é o futebol que temos e que nos levou ao sucesso», lembrou Andrés Iniesta, sentado ao lado do selecionador.
Após a vitória por 2-0 sobre a França, em jogo dos quartos de final do Euro2012, o italiano “La Repubblica” destacou que o futebol da Espanha é «soberbo e imbatível. Mas esta campeã é também uma chatice».
Também o inglês "The Guardian" afirmou que «ver a Espanha é como ir à escola. Sabes que tens aprender, mas só te apetecer ouvir a campainha tocar para ires embora».
Muitos foram os jornalistas espanhóis que estiveram na sala de imprensa em Opalenica, quartel general da seleção portuguesa, frisando que ao futebol da campeã do mundo e da europa falta “verticalidade”.
«Se o futebol não tiver verticalidade, ele torna-se chato e os adversários têm dificuldade em jogar futebol», disse Héctor Fernández da Rádio Onda Cero ao SAPO Desporto.
Aclamado e criticado por outros, a verdade é que o futebol de Espanha, baseado no sistema de jogo do Barcelona, tem dado resultados. Os seus títulos de campeã do Mundo (2010) e da Europa (2008) não deixam margem para dúvidas quanto à sua eficácia. É chato, mas é o melhor do mundo.
Numa seleção com muitos talentos individuais, como é o caso de Iniesta e Xavi, Vicente del Bosque limitou-se a "agarrar" no sistema de jogo inventado por Pep Guardiola no Barcelona, algo que Luís Aragonés já tinha feito no campeonato da Europa Áustria e Suíça.
Após a passagem às meias-finais, muitos foram os adeptos espanhóis que criticaram o tipo de futebol que a Espanha anda a praticar: obrigam os adversários a seguir a bola comandada pelos pés, como se de um hipnotismo se tratasse, desorientando quem a persegue. Quando menos se espera, surge um passe do outro mundo, uma receção perfeita e ainda há tempo para uma tabelinha certeira. Eis o golo da Espanha.
Hoje, a partir das 19h45, a Espanha fará tudo para que Portugal seja mais uma “bela adormecida” no “Bosque” que Vicente preparou. A Paulo Bento resta encontrar o antídoto para manter os seus jogadores bem acordados.
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