O presidente da FIFA, Joseph Blatter, criticou esta sexta-feira o boicote ao Euro2012 de futebol, anunciado por vários dirigentes políticos europeus, devido ao encarceramento da ex-primeira-ministra da Ucrânia, um dos países organizadores, juntamente com a Polónia.

«Os políticos, ao falarem de um boicote ao Euro2012, devem refletir sobre as consequências das suas decisões», disse o dirigente do organismo máximo do futebol mundial, conforme difusão pelas agências noticiosas ucranianas.

Joseph Blatter referiu que «o futebol existe para unir as pessoas e não para separá-las», defendendo que «o Europeu deve realizar-se onde está previsto desde o início», aludindo à hipótese ventilada de transferência para outro país dos jogos marcados para a Ucrânia.

São declarações que secundam a posição da UEFA, cujo diretor para o torneio europeu, Martin Kallen, assegurou recentemente que a situação é irreversível.

«Não há marcha atrás e essa possibilidade não é equacionável», disse o diretor, referindo que os preparativos para o arranque da prova «estão a correr bem».

Martin Kallen anunciou que, no próximo dia 11, a UEFA já tomará a seu cargo os estádios que albergarão os desafios do Euro2012 e que algumas estruturas já estão a ser geridas pelos seus especialistas.

Nos últimos dias, numerosos dirigentes políticos europeus aderiram ao boicote anunciado pela chanceler alemã Angela Merkel e pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, contra a realização da prova na Ucrânia.

Hoje mesmo, a responsável europeia dos Desportos, Andrulla Vassiliu, anunciou que também ela não assistirá a qualquer partida que se realize em solo ucraniano.

Este boicote dos sectores políticos europeus surge na sequência da condenação a sete anos de prisão de Yulia Timoshenko, antiga primeira ministra da Ucrânia e atual líder da oposição, que tem alegado falta de condições dignas na cadeia.