Iniciou-se na quarta-feira em Manchester a 13.ª edição do Campeonato de Futebol Feminino. Em Old Trafford, a Inglaterra bateu a Áustria por 1-0, naquele que foi o o pontapé de saída a uma prova que irá terminar no dia 31 de Julho no mítico estádio de Wembley.
Em Old Trafford, em Manchester, estiveram 68.871 pessoas nas bancadas, um novo recorde da competição.
Foi preciso esperar nove anos para novo recorde de assistência num Europeu feminino, depois dos 41.301 espetadores que assistiram ao vivo à final da prova em 2013, em Solna, na Suécia, disputada entre Alemanha e Noruega.
Com meio milhão de bilhetes vendidos (o dobro dos bilhetes adquiridos na última edição), transmissão televisiva para 195 países, e uma audiência de global de cerca de 250 milhões de pessoas, a Federação Inglesa de Futebol diz que o torneio irá movimentar cerca de cem milhões de euros.
Tratam-se de números que impressionam, especialmente se atentarmos aos primórdios da competição. Com efeito, o primeiro Campeonato da Europa de futebol feminino ocorreu em 1984; contava inicialmente com dezasseis equipas, entre as quais Portugal. A prova foi vencida pela Suécia que derrotou a Inglaterra numa final a duas mãos.
E se este ano a final será jogada em Wembley, em 1984 a mesma foi disputada em Luton, debaixo de chuva e num relvado simplesmente impraticável:
"Hoje teria sido suspenso. As condições eram horríveis. Não havia grama, era tudo lama , a bola não corria, e era impossível jogar", explicou Hope Powell, jogadora inglesa, na altura, com 17 anos.
A jogadora relembra também o total desinteresse mediático em torno daquele jogo: "Não havia imprensa. Tomamos banho e fomos para casa porque no dia seguinte tínhamos que ir para a escola ou para o trabalho".
Os números apresentados espelham de sobremaneira a evolução do futebol feminino a todos os níveis. No entanto, a modalidade ainda não apresenta o mesmo peso financeiro e mediático da vertente masculina.
Como exemplo disso podemos olhar para os prémios a distribuir pela UEFA no final dos Europeus feminino e masculino.
Assim, na prova feminina deste ano serão distribuídos 16 milhões de euros em prémios, um valor irrisório se o compararmos com os 371 milhões distribuídos aquando do último Europeu masculino.
Muito se fez em prol do futebol feminino desde 1984, contudo, será escusado dizer que ainda há um grande caminho a percorrer rumo à igualdade neste desporto.
Portugal, recorde-se, vai defrontar, no Grupo C, a Suíça (sábado), os Países Baixos (13 de julho), detentores do troféu, e a Suécia (17 de julho), vice-campeã olímpica em Tóquio2020, após ser repescado devido às sanções aplicadas à Rússia, sua ‘carrasca’ nos ‘play-off’ de acesso à fase final.
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