O Chelsea retirou hoje o pedido para que o jogo em casa do Middlesbrough, dos quartos de final da Taça de Inglaterra, fosse realizado à porta fechada, informou a Federação Inglesa de Futebol (FA).
“Após discussões construtivas entre a FA e o Chelsea, o clube concordou em retirar o pedido para que o jogo com o Middlesbrough seja realizado à porta fechada”, refere o curto comunicado da FA.
Por outro lado, o organismo revelou que se mantém “em conversações com o Chelsea, a 'Premier League' e o governo, para que seja encontrada uma solução que permita tanto aos adeptos do Chelsea como aos adeptos visitantes presenciarem jogos em Stamford Bridge, embora respeitando sempre as sanções que sejam aplicadas”.
O Chelsea tinha pedido hoje à FA para que a visita ao Middlesbrough, no sábado, decorresse à porta fechada, uma vez que não pode vender bilhetes aos seus adeptos e estará sem apoio nas bancadas, uma das sanções ao clube propriedade do russo Roman Abramovich.
“É importante para a competição que a partida contra o Middlesbrough se dispute, porém, é com extrema relutância que pedimos à FA que decrete que o jogo seja disputado à porta fechada, por questões de integridade desportiva”, assinalou o clube londrino, em comunicado.
Pouco depois, o próprio Middlesbrough, que alinha no segundo escalão ('Championship') considerou que o pedido dos ‘blues’ era “bizarro” e “sem qualquer sentido”, considerando mesmo que o facto de o Chelsea evocar a questão da “integridade” como razão para que o jogo se realize à porta fechada é no mínimo “irónico”, dado a matéria que está por detrás das sanções, no caso, a invasão da Rússia à Ucrânia.
Das sanções do governo britânico aplicadas ao dono do clube, Roman Abramovich, oligarca próximo de Vladimir Putin, presidente russo, resulta, entre outras medidas, que o Chelsea esteja impedido de vender bilhetes aos seus adeptos, para que o russo não possa gerar receitas através deste expediente.
O Chelsea está impedido de vender bilhetes para jogos e negociar jogadores, enquanto o processo da sua venda foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.
Segundo o governo britânico, até ao momento, os adeptos do Chelsea têm revelado um comportamento “totalmente inapropriado”, uma vez que estão a usar o minuto de apoio à Ucrânia, decretado antes do início dos jogos de futebol, para gritar pelo nome do seu presidente
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
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