O secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, elogiou hoje a decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em candidatar-se à organização do Euro2029 feminino, destacando a força e o impacto que o projeto pode ter no país.
“(A tutela encara a ideia) De uma forma positiva. O programa do governo aponta claramente para quatro objetivos principais, pilares para esta legislatura, em que o aumento da prática feminina é um dos eixos. E os eventos internacionais de elevado perfil são excelentes veículos de promoção e atração de praticantes desportivos”, afirmou o responsável em declarações à Lusa.
A FPF anunciou hoje a vontade de organizar o campeonato da Europa de 2029, um ano antes de ser copromotora do Mundial2030 masculino, juntamente com a Espanha e Marrocos.
“Vemos, com grande satisfação, esse interesse da FPF. A candidatura é feita sempre pelas federações e o Estado será sempre um parceiro que as apoiará, tal como aconteceu para o Gymnaestrada 2027, o Campeonato da Europa de andebol de 2028 ou o Mundial de futebol de 2030. Esperemos que a candidatura possa ser bem-sucedida”, desejou.
A 15.ª edição da competição tem já outros interessados, nomeadamente a parceria entre Dinamarca e Suécia, e a Polónia, ambas derrotadas pela Suíça na corrida a acolher o Euro2025.
Pedro Dias entende que há “vários aspetos positivos” a favor do projeto luso, destacando os indicadores de crescimento da prática feminina “bastante interessantes na última década”, bem como a perspetiva de “crescimento no fortíssimo investimento na prática feminina no futebol”.
De igual modo, em termos desportivos, enalteceu a evolução da seleção portuguesa nos rankings FIFA e UEFA, bem como “todo o trabalho” que a FPF tem vindo a realizar na vertente feminina, não apenas no futebol, mas também no futsal e no futebol de praia.
“São todos fatores que merecem ser considerados”, defende, realçando o facto de esta ser a melhor oportunidade para ajudar a FPF a igualar os níveis médios de mulheres federadas, no seu caso à volta dos sete por cento, enquanto nas outras modalidades a média ronda dos 30%.
De acordo com a UEFA, as propostas devem incluir oito estádios, um com pelo menos 50 mil lugares, três com mais de 30 mil e quatro acima dos 20 mil, exigências que Portugal respeitará facilmente, aproveitando as infraestruturas construídas para o Euro2004.
“Duas décadas depois, o legado ficou. Temos instalações desportivas que reúnem os requisitos das federações internacionais e esse é um aspeto que devemos valorizar. Já tivemos finais Liga dos Campeões, da Liga das Nações e estaremos seguramente preparados para apresentar uma candidatura forte”, vincou.
Pedro Dias recordou ainda que o Euro2029 poderá beneficiar dos investimentos que Portugal fará para melhorar as infraestruturas alocadas ao Mundial2030 masculino.
“Temos a vantagem significativa do facto de termos a seguir o campeonato do Mundo e podemos beneficiar de todas as melhorias em termos de infraestruturas”, completou.
O processo de candidatura ao Euro2029 arrancou em 23 de julho último, quando a UEFA determinou que as federações interessadas em acolher a competição tinham até 24 de setembro para manifestarem interesse.
O calendário prossegue com a publicação dos requisitos, em 01 de outubro, seguindo-se as entregas do dossiê preliminar de candidatura, em 12 de março de 2025, e do final, em 28 de agosto, até à decisão, prevista para dezembro de 2025.
Os países anfitriões asseguram automaticamente a presença na fase final.
Portugal já esteve presente em duas edições, em 2017, nos Países Baixos, e em 2022, em Inglaterra, sem nunca superar a fase de grupos.
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