Jorge Jesus, antigo treinador do Benfica e do Sporting, deu uma entrevista à revista 'Liga-te', da Liga Portugal, em que fala da vida na Arábia Saudita, dos rumores à sua volta e de um possível regresso a Portugal - que deixou no final da temporada 2017/2018 para treinar o Al-Hilal.

"É uma experiência. Nunca pensei sair do meu país, e quem me conhece sabe-o bem. Ou melhor, pensei que podia sair por uma ou duas razões: ou era para um clube da Europa ou por uma questão financeira. Não saí para a Europa e posso dizer que o Sporting gastava mais dinheiro comigo do que aquele que o Al Hilal me paga. A verdade é que saí... É difícil falar no dia de amanhã, mas penso que ficarei apenas mais uma época aqui. O clube propôs-me a renovação por três épocas, mas não vou aceitar", revelou Jorge Jesus.

O treinador de 64 anos deixou uma promessa: "Vou regressar ao futebol português e nada tem a ver com as pessoas do Al Hilal. Por muito que gostem de mim, o regresso a Portugal está nos objetivos."

Apesar de viver atualmente na Arábia Saudita, Jorge Jesus garante que continua a manter-se a par das notícias em Portugal e do estado do futebol luso. "Temos grandes jogadores! O nosso futebol é muito competitivo e temos um campeonato de alto nível. Os treinadores portugueses são reconhecidos mundialmente e são profissionais com grande conhecimento e estratégia", referiu o treinador.

No entanto, Jorge Jesus lembrou os problemas do futebol português, ao dizer que "infelizmente, continuamos com o jogo fora das quatro linhas... Em Portugal parece estar instituído que a pressão ajuda a ganhar jogos e, enquanto não se acabar com esta ideia, não haverá paz no futebol português. Somos dos campeonatos europeus com mais qualidade, mesmo sabendo que não temos tanta capacidade de investimento como em outros."

Apesar de ter o regresso a Portugal no horizonte, Jorge Jesus revelou que a experiência além-fronteiras está a correr bem. "É um facto que os adeptos, a cultura e a exigência são diferentes. Mas aos poucos vamo-nos adaptando e a verdade é que somos muito, muito bem tratados pelas pessoas. E isso acaba por tornar todo o processo mais fácil. Sinto muito o carinho das pessoas. A certa altura manifestei a intenção de ir embora, foi mesmo real, e o ministro da Arábia Saudita ligou-me, mostrou-me apoio e vontade em que ficasse no clube. E assim foi. Acabei por ficar", concluiu Jorge Jesus.