O presidente do Atlético do Namibe, Pedro Paxe, admitiu hoje à possibilidade de extinguir o futebol da única representante da província na primeira divisão, em face das dificuldades financeiras que o clube vive.

Pedro Paxe fez esta declaração quando falava à Angop a propósito da paralisação dos futebolistas, numa greve declarada há 24 horas para reivindicar pagamento de prémios e salários.

«A situação é difícil. Chego mesmo a ponderar que a melhor posição é acabar com o futebol», desabafou, antes de considerar «um desrespeito» a atitude dos jogadores.

«Isso até é um desrespeito. Pelos esforços que temos feito não merecíamos esta paralisação repentina decidida em menos de 24 horas», disse.

Pedro Paxe sustentou que não esperava tal comportamento visto que, apesar de neste ano económico ainda não terem recebido qualquer verba do patrocinador, é a primeira vez em cinco meses que há um atraso no pagamento dos salários.

O presidente explicou que isso só é possível a custa de empenho da direção em conseguir empréstimos, enquanto aguardam pelo milhão e 500 mil dólares anuais da empresa petrolífera patrocinadora.

«Eles não têm grandes problemas. A direção tem feito um grande esforço. Mas neste caso, quando avisaram já estava a caminho do Huambo. Não há forma de resolver este fim-de-semana».

O dirigente mostrou-se, por isso, resignado quanto a possibilidade de perder o próximo jogo por falta de comparência. Mas lembrou que nesta relação há direitos e deveres, por isso o caso seguirá para a área jurídica do clube, porque entende que se trata de uma greve «ilícita».

Entretanto, disse que de entre as ações para resolver os problemas financeiros tem contactado com o presidente do Conselho de Administração, Gaspar Martins, e com o patrocinador. E vai estender em breve a abordagem ao governador provincial.

Paxe reconheceu que, com a pressão que a situação ocorreu, não há como encontrar solução a nível local. Manifestou esperança de que o secretário-geral e a equipa técnica consigam nas próximas horas demover os grevistas.

Não obstante a greve, disse que vai prosseguir para Huambo e lá aguardar que a persuasão resulte.

O Atlético perdeu os dois últimos jogos por 2-0 em casa com o Kabuscorp e 4-3 no reduto do Interclube.

Antes, tinha obtido dois triunfos seguidos e um empate que são a base da greve em curso. Goleou o 1º de Maio de Benguela por 4-1 em casa e venceu no campo do ASA por 1-0 antes de empatar sem golos com o Progresso.