A direção eleita do clube Atlético Sport Aviação (ASA) decidiu rejeitar as eleições marcadas para outubro, por ser um evento que não tem sustentação legal estatutária e que atropela os princípios democráticos.

Em conferencia de imprensa realizada quarta-feira, em Luanda, a presidente eleita, Manuela de Oliveira, realçou que esta ideia de um grupo de sócios vai alimentar falsas expectativas com propósito de aprofundar ainda mais a crise no ASA.

«Todos os convites que nos foram endereçados para integrar as presumíveis listas para estas eleições foram rejeitados. Antes de novas eleições, pretendemos o diálogo franco e sincero, sob mediação de pessoa idónea, aceite pelas partes, para definirmos em conjunto e sem interferências o que fazer», disse.
 
«Estas eleições estão declaradas, à partida, como tumultuosas e improcedentes, sem qualquer sustentação moral e legal. O que vai acontecer é que a minoria descontente com os resultados das eleições em juízo no tribunal vai julgar em causa própria, com uma comissão eleitoral, criada por si mesma e seguramente com eventual simulação de múltiplas listas, mas sempre dentro do mesmo círculo restrito que representa a minoria dos sócios no pleno gozo de direitos», realçou.

O elenco de Manuela de Oliveira considera um acto precipitado, inviável para o saneamento da crise, e sem qualquer dignidade democrática, do qual se decidiu não participar. Disse que durante a reunião, todos foram unânimes em apelar à mesa da Assembleia Geral - que até agora é curiosamente composta apenas pelo seu próprio presidente (funciona sem vice-presidentes, sem secretário da mesa e sem vogal), para que se abstenha de tomar iniciativas de convocação de sucessivas assembleias extraordinárias, porque esta não é uma incumbência estatutária do presidente da mesa.
 
«Esta prerrogativa pertence aos sócios e em número especificado pelos estatutos, sem o que nenhuma assembleia extraordinária pode ser convocada ou as suas deliberações serão sempre nulas», salientou.

Indicou, por outro, que já foi elaborada uma proposta para a criação de uma comissão de trabalho que será apresentada ainda no decorrer deste mês, composta exclusivamente por um grupo a definir de sócios e sem interferências externas, para a marcação de encontro abrangente e inclusivo de sócios do ASA, sob mediação de uma figura de consenso aceite por todas as partes e que possa conduzir os trabalhos de forma isenta e reconciliatória, para se definir um novo rumo que seja de consenso para o clube.
 
Após a decisão do tribunal provincial de Luanda que suspende o mandato da direção do clube por protestos de alguns sócios, o ASA é dirigido por uma comissão de gestão encabeça por Justino Fernandes, antigo presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF).