A Académica do Lobito necessita de duzentos e cinquenta milhões de kwanzas por ano (quase 705 mil euros), com vista a fazer face às despesas de salários e viagens aéreas da equipa principal de futebol, como admitiu esta quarta-fiera à Angop, o director-geral do emblema, Duarte Esquerdinho.

Abordado sobre a crise financeira que ameaça a continuidade do clube no campeonato nacional de futebol da 1.ª divisão, Duarte Esquerdinho sublinha que os 250 milhões de kwanzas garantiriam uma época tranquila, dentro dos objectivos e ambições para a época 2018/19.

Segundo o responsável, só para suportar o pagamento de salários dos 33 jogadores do actual plantel e da equipa técnica, a Académica precisaria de 72 milhões de kwanzas anuais (202 mil euros), o equivalente a Akz seis milhões mensais.

Citando outro exemplo, referiu que para uma viagem aérea Catumbela-Luanda, ida e volta, pela TAAG (Linhas Aéreas de Angola), a equipa chega a desembolsar mais de dois milhões de kwanzas, numa caravana de 30 pessoas, entre jogadores, treinadores e demais elementos.

Neste momento, acentuou, o grémio lobitanga debate-se com “sérios problemas financeiros”, tudo porque, desde Fevereiro de 2018, que a petrolífera Esso Angola, patrocinadora oficial, não aloca a verba que serviria para suportar as despesas da época 2018/19.

“É doloroso, mas contra esses factos não teremos argumentos para contrariar esta crise”, disse, adiantando, no entanto, que os salários dos jogadores estão com atrasos de cinco meses e os dos funcionários administrativos já acumulam 10 meses.

Duarte Esquerdinho diz-se também optimista quanto à possibilidade de que os recursos financeiros possam vir a ser disponibilizados pela Esso, a qualquer instante, para permitir à Académica do Lobito honrar os compromissos com jogadores, treinadores e demais funcionários.

O dirigente desportivo lembrou ainda que a direcção já submeteu ao patrocinador, desde Fevereiro de 2018, um plano de necessidades para a actual época futebolística, no âmbito do patrocínio, face às exigências do campeonato, mas até hoje os apoios tardam a chegar e a situação está cada vez mais difícil.

Na última sexta-feira, os jogadores da Académica do Lobito, agastados com a situação, resolveram observar uma greve que, embora já suspensa na segunda-feira, levou a equipa a falhar a viagem para vila de Calulo, onde defrontaria, sábado, o Recreativo do Libolo, para a 13.ª jornada do Girabola.

Como consequência, a Académica do Lobito perdeu, na secretária da Federação Angolana de Futebol (FAF), por falta de comparência.

Apesar do clima conturbado, os atletas voltaram a treinar no campo do Buraco, visando preparar a recepção ao Petro de Luanda, para a 14.ª ronda do Girabola, em jogo a disputar-se neste sábado (26), no Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela.