A 8 de Dezembro de 1979 era dado o pontapé de saída. Houve uma mobilização generalizada. As 16 províncias de então - antes da repartição da Lunda e criação do Bengo - estiveram representadas.

Vinte e quatro equipas envolveram-se, dispostas em quatro séries de seis num formato diferente do atual (com meias-finais e final).

As 14 melhores classificadas apuraram-se para a edição 1980, já jogada no modelo tradicional, sendo que as três últimas eram despromovidas e os vencedores das três séries do torneio de apuramento à primeira divisão ocupam as vagas.

O 1º de Agosto foi o primeiro campeão nacional de Angola, ao bater na final o Nacional de Benguela por 2-1. Para chegarem à primeira e única final da história do Girabola eliminaram a TAAG e os Palancas do Huambo nas meias-finais.

Deste “pré-histórico” Girabola ficou marcada com a goleada da TAAG (actual ASA) de 11-0 sobre o Desportivo de Xangongo do Cunene.

O Girabola1980 foi disputado por 1º de Agosto, Nacional de Benguela, TAAG, Palancas do Huambo, Estrela Vermelha (Mambroa), FC do Uíge, Construtores do Uíge, Académica do Lobito, Desportivo da Chela, Ferroviário da Huíla, Diabos Verdes (Sporting de Luanda), Santa Rita, Sassamba da Lunda Sul e Sagrada Esperança. Estes foram os 14 melhores do primeiro Girabola.

Os restantes “fundadores” do Girabola (classificados entre a 15.ª e 24.ª) são Luta SC de Cabinda, FC Mbanza Congo, Ginásio do Kuando Kubango, Xangongo do Cunene, Naval do Porto Amboim, Diabos Negros, Makotas de Malanje, Vitória do Bié, Juventude do Kunje e 14 de Abril.

O 1º de Agosto foi o primeiro tricampeão (1979, 1980, 1981). Os “militares” são, a par do ASA, os únicos totalistas da prova.

O campeonato registou em 1981 a entrada do Petro de Luanda, que acabaria por dominar o futebol nacional, somando até agora 15 troféus, contra 10 dos rubro-negros.

Em consequência fundamentalmente do conflito armado que o país viveu, a província do Huambo viu os seus clubes afastados da competição em 1993 e 1994, altura em que o Girabola foi disputado por apenas 12 equipas.

O sistema de três pontos (em vez de dois) por vitória foi implementado em 1995.

A equipa com maior sequência de vitórias é o Petro de Luanda, com cinco (1986-1990). João Machado (18 golos) dos Diabos Verdes foi o goleador inaugural. O recorde de tentos, no entanto, é de Carlos Alves (1980) com 29, ao serviço do 1.º de Agosto.

O português Bernardino Pedroto detém o maior número de títulos e a melhor sequência de triunfos (2002, 2003, 2004 pelo ASA). O brasileiro António Clemente também é “tri” com o Petro de Luanda, mas num período mais longo.

Luanda dá goleada em triunfos, pois a taça de campeão nacional só saiu sete vezes em 38 edições - Petro (15), 1º Agosto (10), ASA (3), Interclube (2) e Kabuscorp.

O Recreativo do Libolo do Cuanza Sul (4), o 1.º de Maio de Benguela (2) e Sagrada Esperança da Lunda Norte (1) são os distintos “forasteiros”.

Para 2017 a prova regista o regresso das províncias do Uíge e Moxico, bem como assinala o retorno de dois representantes do Huambo, o que não ocorria há muito depois do Mambroa e Petro.

Há duas estreias absolutas: Santa Rita de Cassia do Uíge e JGM do Huambo.