A Federação Palestiniana de Futebol (PFA) vai pedir sanções contra as equipas israelitas durante o próximo Congresso da FIFA, no dia 17 de maio, devido às "graves violações dos direitos humanos cometidas por Israel", segundo a agenda do evento.
Esse será um dos principais pontos da agenda da 74.ª reunião anual da entidade que comanda o futebol mundial, em Bangkok, juntamente com a designação da próxima sede do Mundial Feminino de 2027 e um plano de combate ao racismo.
Formulada em meados de março num primeiro e-mail enviado à UEFA, a proposta palestiniana provocará o primeiro debate numa grande organização desportiva sobre as consequências da guerra na Faixa de Gaza, iniciada por Israel no outono passado, após o violento ataque terrorista de 7 de outubro perpetrado pelo Hamas em território israelita.
O Comité Olímpico Internacional (COI) manteve-se fora do conflito, baseando-se na coexistência desde 1995 dos Comités Olímpicos Nacionais (CON) israelita e palestiniano, com uma "solução de dois Estados" herdada do processo de paz de Oslo e igualmente adotada pela FIFA.
Mas num texto de sete páginas, a PFA denuncia uma série de violações dos estatutos da FIFA por parte da Federação Israelita de Futebol (IFA), que vão desde as consequências diretas dos atentados - "pelo menos 92 jogadores de futebol mortos" em meados de março e todas as infraestruturas desportivas de Gaza destruídas – à falta de luta contra a "discriminação e racismo" anti-palestiniano no futebol.
"Só no futebol israelita pode haver um clube que rejeite jogadores árabes e a violência extrema pode ser considerada uma simples infração disciplinar", argumenta esse e-mail, que também menciona o racismo por parte de adeptos do Beitar Jerusalém FC, além de publicações de dirigentes israelitas nas redes sociais apoiando "o genocídio em Gaza".
Apoiada pelas federações argelina, iraquiana, jordaniana, síria e iemenita, mas não pelas influentes federações do Qatar ou da Arábia Saudita, a PFA apela, portanto, a "sanções apropriadas contra as equipas israelenses" e contra a IFA.
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