O esloveno Aleksander Ceferin, reeleito hoje presidente da UEFA por aclamação, no 43.º congresso do organismo, em Roma, insurgiu-se contra o plano da FIFA de criação de uma Liga das Nações global e reformulação do Mundial de clubes.
No discurso que fez antes de ser reeleito, sendo que concorreu como candidato único, Ceferin garantiu que “não haverá Superliga” na Europa, protegendo a Liga dos Campeões, e recusou ser um “’yes man’” no plano do presidente da FIFA, Gianni Infantino.
O organismo de cúpula do futebol mundial pretende utilizar mais de 25 mil milhões de euros em fundos privados para reformular o Mundial de clubes e criar uma Liga das Nações global, algo que o presidente da UEFA rejeitou.
Em reação, Infantino afirmou que “nem sempre é fácil trabalhar para que o resto do mundo acompanhe” o crescimento do futebol europeu, mas admitiu ter recebido as palavras de Ceferin com “respeito”, admitindo ainda poder ter de “adiar” a votação sobre a medida, marcada para o próximo Congresso da FIFA, em março.
Depois de ter sido eleito, o sétimo presidente da UEFA, que sucedeu em 2016 a Michel Platini, suspenso devido a irregularidades financeiras, disse ter como prioridade “atacar as regras do ‘fair play’ financeiro, para estabelecer um equilíbrio no futebol europeu”, entre outros objetivos.
Entre as metas para os próximos quatro anos estão a atribuição da organização de um Mundial a um país europeu até 2030, a valorização do futebol feminino e o lançamento, nos próximos seis meses, de uma plataforma de ‘streaming’ de jogos própria.
Mais tarde, em conferência de imprensa, o dirigente ‘atirou-se’ aos clubes que estão nos oitavos de final da Liga dos Campeões, uma vez que só cinco enviaram o treinador principal a uma reunião sobre a introdução do videoárbitro (VAR) nesta fase, que considerou “uma falta de respeito” ao diretor de arbitragem, Roberto Rosetti.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, de 66 anos, foi também reeleito para o Comité Executivo da UEFA, continuando num cargo que ocupa desde 2013, por cooptação, e para o qual foi eleito pela primeira vez em 2015.
Fernando Gomes será, no final do mandato de quatro anos, o dirigente português que mais tempo terá permanecido no cargo, que também já foi ocupado por Cazal-Ribeiro (1968), Silva Resende (1984) e Gilberto Madaíl (2007).
O vice-presidente da UEFA recebeu 45 votos, entre 53 válidos, sendo reeleito ao lado do húngaro Sándor Csányi e do croata Davor Suker, tendo-se registado ainda as entradas do espanhol Luis Rubiales, do dinamarquês Jesper Moller Christensen, do albanês Armand Duka, do cazaque Kairat Boranbayev, do ucraniano Andrii Pavelko. A francesa Florence Hardouin foi eleita por quota obrigatória reservada a mulheres.
O líder da FPF desde 2011 foi ainda eleito para o Conselho da FIFA, num mandato de dois anos, um cargo que já ocupa desde 2017, sendo o primeiro dirigente luso neste organismo.
O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser al-Khelaifi, também passou a integrar o Comité Executivo, apesar de estar sob investigação na Suíça por alegado suborno na atribuição de direitos televisivos do Campeonato do Mundo para a BeIn Sports - que detém -, uma eleição defendida por Ceferin.
O inglês Greg Clarke bateu o irlandês David Martin pela eleição de um vice-presidente da FIFA proveniente das quatro federações britânicas de futebol, ocupando o lugar de David Gill, que sai da FIFA, mas mantém-se no Comité Executivo da UEFA, enquanto Csányi foi reconduzido como 'vice' numa eleição separada, em que era o único candidato.
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