Os futebolistas alemães transgénero, intersexuais e não-binários vão poder escolher, a partir da próxima época, se competem em equipas femininas ou masculinas, anunciou hoje a federação germânica (DFB).
“Os regulamentos passam a prever que os jogadores cujo estado seja ‘vários’ ou ‘não especificado’ e aqueles que o seu sexo corresponda ao seu género possam no futuro decidir por si mesmos se são elegíveis para jogar numa equipa feminina ou masculina” ao nível amador e profissional, explicou a DFB.
O organismo, que está a fazer ajustes às suas regras, acrescenta que os jogadores transgénero podem definir, por si mesmo, se preferem mudar ou continuar nas respetivas equipas.
Diversos clubes e associações depararam-se com dificuldades a partir de 2018 quando uma nova lei permitiu às pessoas identificar-se como ‘diverso’ nas caixas informativas destinadas ao género, anteriormente somente designadas como masculino ou feminino.
A DFB aproveitou o exemplo da liga de futebol regional de Berlim, que desde 2019 introduziu as mesmas regras agora adotadas “sem colocar em risco” a integridade das competições.
“Afinal, todas as pessoas têm diferentes forças e capacidades físicas que só levam ao sucesso coletivo inseridas numa equipa, independentemente do género”, defende a DFB.
Apesar da maior abertura, o organismo avisa para o perigo da ocorrência de doping nas análises, derivado das drogas a que os transgéneros são submetidos durante a transição, que não são supostas afetar o respetivo desempenho, melhorando-o.
Esta mudança surge uma semana depois da Federação Internacional de Natação (Fina) ter anunciado a criação de uma "categoria aberta" para permitir que atletas transgéneros competissem separadamente, impedindo que aqueles que não completassem a transformação até aos 12 anos possam integrar competições femininas.
O Comité Olímpico Internacional (COI) já anunciou que deixa a cada federação internacional os estudos e definição de critérios a adotar no respeito desporto.
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