A Federação Indonésia de Futebol anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho com a FIFA e a confederação asiática (AFC) para melhorar a segurança nos estádios, após a tragédia que provocou mais de 130 mortes.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo presidente da federação indonésia (oficialmente denominada por Associação Indonésia de Futebol ou PSSI), Mochamad Iriawan, que reiterou que assume “total responsabilidade” pela tragédia.
“Hoje, concordámos em criar um grupo de trabalho para realizar reformas que inclua o governo, a FIFA e a AFC”, disse Iriawan, depois de, pelo menos, 132 pessoas terem morrido e mais de 460 terem ficado feridas no Estádio Kanjuruhan, na ilha de Java, em 01 de outubro.
No dia 18 de outubro, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, tem um encontro em Jacarta com o chefe de Estado indonésio, Joko Widodo.
A tragédia em Kanjuruhan, uma das piores na história do futebol, ocorreu após adeptos terem invadido o relvado e entrado em confronto com as forças policiais, que lançaram bombas de gás lacrimogéneo, apesar do seu uso ser proibido nos estádios pela FIFA.
Choirul Anam, membro da Comissão de Direitos Humanos da Indonésia, afirmou na quarta-feira que os gases lançados pelas forças policiais foram o “gatilho” da debandada da multidão, que causou a morte de muitos adeptos por asfixia e esmagamento.
Este responsável disse ainda que algumas portas supostamente “parcialmente abertas” contribuíram para a catástrofe, para além de que o estádio tinha capacidade para 38.054 pessoas, mas na noite do jogo havia 42.516 espetadores nas bancadas.
Após o incidente, que apresenta indícios de abuso de força policial, o presidente indonésio, Joko Widodo, decidiu abrir uma investigação para descobrir quem foi o responsável pela tragédia e avaliar as ações polémicas da polícia.
Até agora, uma dúzia de polícias foram suspensos, incluindo o responsável pelo departamento de Malang, enquanto outros 20 estão sob escrutínio.
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