O Tribunal Superior de Justiça de Madrid condenou uma inspetora da Autoridade Tributária espanhola a seis anos de prisão, por burlas no valor total de 6,2 milhões de euros (ME) a 38 atletas, maioritariamente futebolistas de elite estrangeiros.

Entre os jogadores que foram vítimas do esquema de manipulação de declarações tributárias estão o argentino Eduardo Salvio e o francês Aly Cissokho, antigos futebolistas do Benfica e FC Porto (este último por empréstimo do Aston Villa), respetivamente, burlados em 376.092 e 415.337 euros.

A sentença, a que a agência noticiosa espanhola EFE teve hoje acesso, deu provimento ao recurso do Ministério Público contra a decisão da primeira instância, aumentando de dois anos e meio para seis anos a pena imposta a Leonor Sánchez-Caballero e mantendo a multa de 18,8 ME.

A inspetora tributária foi condenada por burla e crime continuado de utilização de informação privilegiada por funcionário público, enquanto três colaboradores no esquema foram condenados a oito anos de prisão.

O tribunal superior deu como provado que os quatro condenados se apropriaram de 6,2 ME em restituições tributárias devidas aos atletas, quando se transferiam de clubes espanhóis para outros países, entre fevereiro de 2015 e novembro de 2016.

Os jogadores desconheciam a existência dos reembolsos, que eram depositados em contas movimentadas pelos elementos do esquema, depois de terem falsificado assinaturas dos atletas e certificados de residência fiscal dos países para os quais se transferiram.

Além de Salvio e Cissokho, no período em que representaram Atlético de Madrid e Valência, respetivamente, foram também burlados os turcos Nuri Sahin e Hamit Altintop (ambos durante a passagem pelo Real Madrid), o camaronês Pierre Webó (Maiorca), o bósnio Emir Spahic (Sevilha) e o nigeriano Odion Ighalo (Granada).