Os jogadores árabes que tem mostrado o seu apoio a causa palestiniana estão a ser castigados pelos seus clubes ou então a ser fortemente criticados por políticos. A última 'vítima' foi Anwar El Ghazi, jogador neerlandês de origem marroquina, que acaba de ser suspenso pelo Mainz.

De acordo com a 'BBC', o jogador deverá deixar o emblema alemão, pouco tempo depois de ter assinado pelo atual último classificado da Bundesliga, a custo zero.

Na terça-feira o Mainz anunciou o afastamento do jogador dos treinos do seu plantel, depois de Anwar El Ghazi ter feito uma publicação nas redes sociais, que depois viria a apagar, onde mostrava solidariedade para com os palestinianos, no conflito entre Israel e o Hamas, no Médio Oriente.

"Do rio ao mar, a Palestina será livre", escreveu o jogador de 28 anos, ele que depois mudou a foto de perfil na rede social, usando uma com a expressão 'Estou com a Palestina'.

Nas palavras do neerlandês de origem marroquina, a Palestina deveria estender-se até ao Mediterrâneo, ou seja, passando por território que é ocupado atualmente por Israel.

"O Mainz respeita que existam diferentes perspetivas sobre o complexo conflito do Médio Oriente que se arrasta há décadas. No entanto, o clube distancia-se do conteúdo da publicação porque não anda de mãos dadas com os valores do nosso clube", escreveu o clube, em comunicado.

A 'BBC' escreve que jogador neerlandês foi convidado pelo clube a pedir desculpas pela publicação, algo que se recusou a fazer por ser "a favor da paz e humanidade para todas as vítimas da guerra". Diz a mesma fonte que El Ghazi acrescentou que os seus pensamentos "vão para todas as vítimas da guerra, independentemente da sua nacionalidade"

O Mainz segue assim a mesma linha de vários clubes que criticaram os seus jogadores por mostrar apoio a causa palestiniana. O marroquino Youcef Atal foi afastado pelo Nice e, depois, castigado pela Liga Francesa de futebol com sete jogos de suspensão, após de ter feito uma publicação pró-Palestina a seguir aos ataques do Hamas em Israel que fizeram milhares de mortos.

Mazraoui, do Bayern Munique, foi colocado treinar à margem do plantel, depois de mostrar solidariedade para com o povo da Palestina nas redes sociais. Viria mais tarde, após reunir-se com a direção do clube, a pedir desculpas pela sua publicação e a ser reintegrado nos trabalhos.

Karim Benzema, outro jogador muçulmano que se colocou ao lado da Palestina, foi acusado pelo Ministro do Interior de França de pertencer a Irmandade Muçulmana, uma organização considerada como sendo terrorista por alguns países ocidentais.