Oito organizações não-governamentais (ONG) pediram hoje à FIFA que priorize a salvaguarda dos direitos humanos na decisão sobre um possível alargamento da organização do Mundial2022 de futebol, no Qatar.
Numa carta dirigida a Gianni Infantino, as associações recordam ao presidente da FIFA que cumpra com a sua responsabilidade corporativa de respeitar os direitos humanos, de acordo com as próprias normas estipuladas pelo organismo regulador do futebol mundial.
"Dada a possibilidade de que um Mundial ampliado em 2022 possa exigir mais países para sediá-lo, lembramos à FIFA o compromisso que assumiu de respeitar os critérios de direitos humanos, transparência e desenvolvimento sustentável no processo de hospedagem e licitação do torneio. Como tal, convidamos o presidente a confirmar publicamente que qualquer avaliação de potenciais coanfitriões para 2022 seguiria um processo com esses critérios", alertam as oito ONG, entre as quais estão a Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos
Desde a sua designação como anfitrião do Mundial2022, o Qatar tem levantado algumas dúvidas em relação à exploração generalizada das condições de vida dos trabalhadores envolvidos na construção de estádios e demais infraestruturas de apoio.
"As posições da FIFA e o seu compromisso com os direitos humanos são inequívocas e fazem parte dos requisitos descritos nas formas de aplicação para todos os futuros torneios, de acordo com a nossa política de direitos humanos", garantiu um porta-voz do organismo mundial em email enviado à agência AFP.
A carta das ONG foi enviada nas vésperas de uma reunião do conselho da FIFA, que se realiza entre quinta e sexta-feira em Miami, nos Estados Unidos, cuja agenda comtempla a deliberação acerca da proposta recente de Infantino em antecipar já para 2022 a transição para a competição a 48 seleções, baseada em estudos de viabilidade e um complicado contexto geopolítico.
É que o cenário, previsto para a edição de 2026, no Canadá, Estados Unidos e México, forçaria o Qatar a transferir algumas partidas para alguns países vizinhos do Golfo Pérsico, com os quais rompeu relações diplomáticas em junho de 2017.
O campeonato do mundo de 2022, principal evento do primeiro mandato completo de Gianni Infantino, vai realizar-se pela primeira vez no inverno, de 21 de novembro a 18 de dezembro, devido às altas temperaturas do verão do Qatar.
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