A FIFA está a ponderar permitir que Ligas Nacionais joguem partidas no exterior, abrindo a porta para jogos lucrativos da Premier League ou da La Liga serem realizados nos Estados Unidos, no Médio Oriente ou na Ásia.

O órgão regulador do futebol mundial concordou, na quarta-feira, em criar um grupo de trabalho forte de 10 a 15 pessoas para examinar a ideia e fazer recomendações. A Premier League e a La Liga, com os seus vastos seguidores globais, há muito que discutem a ideia de disputar jogos fora dos seus territórios de origem.

O novo comité da FIFA irá assim "reunir mais informações e emitir recomendações ao Conselho sobre potenciais alterações aos Regulamentos da FIFA que regem os jogos internacionais (FRGIM)", afirmou o órgão num comunicado.

O Conselho – órgão regular de tomada de decisões da FIFA – disse que o grupo consideraria 10 aspetos da organização de jogos no exterior. Estes incluem o impacto nos adeptos, a forma como isso afetaria o equilíbrio da competição, se os jogos seriam únicos ou regulares e o impacto no futebol.

Os principais clubes europeus jogam regularmente amigáveis em todo o mundo, como é o exemplo do jogo entre Tottenham e Newcastle United, na próxima quarta-feira, em Melbourne, apenas três dias após o final da temporada da Premier League.

As emissoras norte-americanas, em particular, estão interessadas em lucrar com a popularidade crescente da primeira divisão inglesa, organizando jogos competitivos. Também a La Liga disse que pretende disputar partidas na América do Norte já em 2025.

Até agora, os sonhos de um confronto de 'dar água na boca', como um Arsenal-Manchester City ou Real Madrid-Barcelona, nos Estados Unidos foram impedidos pelas regras da FIFA que determinam que os jogos oficiais da liga devem ser disputados no seu país de origem.

Os muito discutidos planos para um "39.º jogo" da Premier League no exterior foram abandonados em 2008, após oposição de grupos de adeptos, da FIFA e da UEFA.

Mas uma proposta legal nos Estados Unidos, no mês passado, levou a FIFA a reconsiderar a sua oposição de longa data aos jogos fora do território. A medida acontece na altura em que os delegados se reúnem em Bangcok para o congresso anual da FIFA, onde, na sexta-feira, será decidida a sede do próximo Campeonato do Mundo de futebol feminino.

Depois do Mundial de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia ter elevado o futebol feminino a novos patamares, a FIFA decidirá se vai conceder a edição de 2027 ao Brasil ou a uma candidatura conjunta da Bélgica, Alemanha e Holanda.