O presidente da UEFA assegurou que não travará a criação de uma Superliga europeia de futebol - “com apenas dois clubes” -, defendendo que a decisão judicial conhecida hoje representa uma “oportunidade para melhorar os regulamentos” do organismo.
“Não vamos tentar detê-la, nunca o quisemos fazer. Já dissemos muitas vezes que [os promotores da Superliga] podem fazer o que quiserem. Espero que iniciem a sua fantástica competição o mais cedo possível, com apenas dois clubes”, ironizou Aleksander Ceferin.
O dirigente esloveno referia-se a Real Madrid e FC Barcelona, os únicos resistentes entre os 15 clubes fundadores do projeto original – apesar de só terem sido revelados 12 dos principais emblemas de Espanha, Inglaterra e Itália -, que preconizava uma competição com 20 clubes.
Em conferência de imprensa, que contou com a presença de Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e da Associação de Ligas Europeias, Ceferin reagiu à sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).
O mais alto órgão administrativo da União Europeia (UE) considerou contrária à legislação europeia a proibição imposta por FIFA e UEFA a atletas e clubes de participarem em competições privadas, sustentando que estes organismos abusaram da “posição dominante”.
“Olhamos para esta decisão como uma oportunidade para melhorar os regulamentos”, observou o presidente da UEFA, assinalando que “o futebol continua unido” na condenação ao projeto da criação de uma competição de elite, anunciada em 18 de abril de 2021.
Para Ceferin, os promotores da iniciativa continuam a oferecer “uma competição, claramente, em sistema fechado”, pois “equipas como Leicester, Girona, Atalanta ou outras mais pequenas” não poderiam disputá-la: “Dizem que é aberta, mas estão muito enganados”.
“Tenho dificuldade em decidir se [a Superliga] me choca ou me diverte. Como estamos perto do Natal, vou optar por considerá-lo divertido", voltou a ironizar o líder do organismo regulador do futebol europeu.
O projeto de competição privado e fechado ruiu em menos de três dias, perante a oposição proveniente de diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham foram os clubes que deram a cara pela Superliga, que se assumia concorrente da Liga dos Campeões.
Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que continua a ser apoiado pelos espanhóis do FC Barcelona e do Real Madrid, enquanto os outros nove de 12 clubes fundadores já desistiram de uma futura Superliga.
O plano regressou em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.
Já hoje, a empresa promotora da Superliga, a A22, propôs “uma nova competição europeia aberta”, com “64 clubes divididos em três ligas” de futebol nos masculinos e 32 clubes repartidos por duas ligas” em femininos.
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