O psicólogo Carlos Angel Diaz, responsável clínico no tratamento das adições de Maradona, declarou à Procuradoria que investiga as circunstâncias da morte do ex-futebolista, que não havia qualquer intenção de matar.
“O meu trabalho como psicólogo especializado em adições não teve qualquer interferência no desfecho fatal, que nos afeta a todos. Importa sublinhar que não existia nenhum plano para matar Maradona, como dizem por aí”, justificou.
Diaz é o quinto elemento da equipa médica que acompanhava Maradona a ser chamado à Procuradoria, depois de aberto um inquérito por “homicídio involuntário, com circunstâncias agravadas”, após a morte de Maradona, em 25 de novembro de 2020.
No depoimento, o psicólogo defendeu que a sua ação junto de Maradona foi sempre no sentido de “ajudar” o ex-futebolista a superar os vícios que enfrentou durante décadas e que a sua ida para casa, e não para um centro, teve a ver com o facto de ele não cumprir critérios para um internamento coercivo.
“A morte deve-se a um quadro clínico que não está relacionado com uma questão psicológica ou psiquiátrica”, defendeu, acrescentando que Maradona estava muito melhor, no que diz respeito a dependências, na altura da sua morte do que quando comemorou 60 anos, em 30 de outubro de 2020.
Na segunda-feira, a médica Nancy Forlini, médica coordenadora do atendimento domiciliar, apontou o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov como os principais responsáveis pela saúde de Maradona, e os dois devem ser ouvidos pela Procuradoria nos próximos dias.
As sete pessoas indiciadas pela morte do ex-futebolista argentino Diego Maradona, até agora acusadas de homicídio involuntário, vão responder por homicídio doloso e incorrem em penas de prisão de oito a 25 anos.
O Ministério Público argentino entende que a morte de Diego Maradona, aos 60 anos, não é fruto de falha profissional ou negligência da equipa clínica, mas que os médicos e os cuidadores não fizeram nada para a evitar.
O agravamento das acusações está ligado à publicação, no início de maio, de um relatório pericial, que concluiu que Maradona tinha sido “abandonado à própria sorte” pela equipa de saúde, cujo tratamento “inadequado, deficiente e temerário” levou a uma agonia lenta.
Maradona, que sofria de problemas renais, hepáticos e cardíacos, morreu de ataque cardíaco, em casa, poucas semanas depois de ter sido submetido a uma cirurgia ao cérebro para extrair um coágulo sanguíneo.
Tido como um dos melhores futebolistas da história, a carreira de Maradona, entre 1976 e 2001, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e pelos dois títulos italianos e a Taça UEFA arrebatada ao serviço dos italianos do Nápoles.
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