Ronaldo, o Fenómeno, viveu tempos boémios enquanto jogador do futebol e em conversa no podcast Charla revelou mais uns quantos.

"Eu sempre tive claro as minhas características e ambição enquanto jogador. Queria fazer golos e divertir-me a jogar futebol. Foi uma época boa antes de começar as lesões, o que foi complicado", começou por contar.

"Em 1998 comecei a sentir uma tendinite leve e terminei o Mundial bem. Pensei que era algo normal que acontece a muitos jogadores. A partir de 1999 começou a agravar-se muito até à rotura parcial. No Inter fizemos asneira ao termos só costurado parcialmente o tendão, mas ninguém ia imaginar que 6 meses depois que ia romper totalmente".

"Quando rompeu achei que num primeiro momento que tinha levado uma pedrada ou um tiro. Cai e meti a mão no joelho para o segurar e foi aí que me dei conta que algo rompeu e fez a minha cabeça pensar. Comecei a chorar não de dor, mas de assustado e questionei-me 'o que me está a acontecer?, acabou a minha carreira e a minha vida'", questionou-se na altura.

"Eu não sabia o que se tinha de fazer para ser jogador e fui fazendo aquilo que o caminho abriu para mim. Para subir tens de procurar evolução técnica, tática e física. As pessoas dizem me muito ‘eras um animal fisicamente, que dom’, dom porra nenhuma, treinei muito, ninguém fica assim rápido sem treinar. Não é só um dom se não metiam o Usain Bolt na frente que é muito rápido e diziam para ele decidir."

Fora dos relvados, Ronaldo também era o rei da noite e das festas sendo mesmo apelidado e 'Chico Buarque'.

"Eu estava em todas. Eu era o Chico Buarque das festas", revelou, acrescentando. Eu ia para o treino segunda-feira de manhã, às 10h, jogava no sábado e depois ia para Paris. Passava o domingo em Paris e à noite ia para a festa. Às sete da manhã apanhava o jato para Madrid chegava às nove da manhã com treino às dez horas. Fazia isto muitas vezes", atirou.

"Na cidade onde jogas, ou fazes a festa em casa ou estás a assinar a tua morte. Então eu diversificava, viajava. Sempre fui de organizar [festas], estruturar coisas de nível alto. Sempre tive esse cuidado de deixar toda a gente feliz2", referiu, lembrando Djalminha que deixou todos de boca aberta "cheio de notas de 500 euros" mostrando-as aos presentes, onde estavam Figo, Zidane, Beckham, Roberto Carlos, Rivaldo.

Ronaldo relatou ainda um episódio vivido com Vampeta, antigo jogador brasileiro, na altura da passagem por Itália e pelo Inter.

"Ele ficou em minha casa e tinha uma adega com 100 garrafas e fui embora para o Brasil. [ele] Bebeu tudo. Duas semanas depois já tinha acabado as garrafas de vinho todas e abriu mais caixas que tinha no chão com mais até encontrar um vinho era especial.

"Era uma garrafa de 1976, ano em que nasci, que eu tinha comprado num restaurante em Paris por 10 mil euros. Era um vinho caro que não ia beber era para guardar e ele com os amigos dele, no meu apartamento, abriu essa garrafa e deu um copo de plástico a cada um. Ele disse que estava quente e meteu gelo [no vinho]

"Ele conta esta história como o 'vinho do papa', mas era o meu vinho que eu paguei 10 mil euros por uma garrafa do meu ano, que era para guardar por simbologia", atirou.