O tribunal de júri que está a julgar a responsabilidade criminal de David Duckenfield na morte de 95 adeptos de futebol em Hillsborough, em 1989, não chegou a um veredicto sobre a culpa do antigo chefe de polícia.
A decisão foi anunciada hoje após uma sessão de 29 horas, e já levou a acusação a anunciar a intenção de recorrer e cerca de 60 familiares das vítimas a expressarem a sua indignação.
David Duckenfield, antigo chefe de polícia responsável pela operação de segurança na meia-final da Taça de futebol de Inglaterra entre o Liverpool e o Nottingham Forest, estava acusado de homicídio involuntário, com grave negligência, de 95 pessoas.
No dia da tragédia, ocorrida em 15 de abril de 1989, Duckenfield ordenou a abertura das portas de acesso ao estádio do Sheffield Wednesday, precipitando a entrada abrupta de centenas de adeptos, que levou ao esmagamento de outros, já no interior do recinto.
Em janeiro de 2017, responsáveis pelas investigações tinham entregado à justiça britânica ficheiros sobre 15 pessoas que poderão estar diretamente relacionadas com as causas da tragédia e mais oito pessoas por alegado encobrimento de falhas policiais durante as operações de segurança e salvamento.
Entretanto, o Liverpool solidarizou-se com as famílias das vítimas e admitiu que “a sentença pode causar alguma frustração, por o resultado não ter sido conclusivo”.
O clube destaca ainda o facto de todos os relatórios indicaram “que o comportamento dos adeptos em Hillsborough não ter contribuído para o incidente”.
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