O Barcelona continua a sua luta para baixar a folha salarial e cumprir com o fair-play financeiro da La Liga. Os culés precisam urgentemente de cortar nos gastos para poderem regressar ao mercado, pelo que terão de tomar medidas drásticas.

O 'Deportes Cuatro' avança que o clube prevê um corte de 50 por cento no ordenado dos capitães da equipa principal de futebol, mas de acordo com o jornal 'Mundo Deportivo', na sua edição desta quinta-feira, a redução seria generalizada a todo o plantel.

Os cortes anunciados não afetariam todos os jogadores. Ansu Fati, Pedri e Araujo, jogadores que renovaram recentemente os seus vínculos, não serão afetados já que os novos contratos assinados foram feitos de acordo com os novos parâmetros salariais estabelecidos pelo clube.

O clube já começou a falar com os capitães Busquets, Piqué e Jordi Alba, assim como os restantes jogadores influentes do plantel para discutir os cortes salariais.

Barcelona agravou situação financeira e é o único no vermelho na La Liga

No último relatório da La Liga, publicado a 14 de março de 2022, o Barcelona tinha agravado o seu limite salarial de 97 milhões de euros positivos para 144,35 milhões de euros negativos, após reforçar a equipa em janeiro e ter perdas superiores às previstas. Nenhum dos clubes das competições profissionais espanholas está em situação tão gravosa quanto o FC Barcelona, o único no ‘vermelho’.

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“Este número reflete as diferenças entre as perdas auditadas de um clube e as estimadas pela LaLiga em maio de 2021. No caso do FC Barcelona, foram estimados 242 milhões de perdas a menos do que as que realmente ocorreram. É negativo porque as perdas do Barcelona são maiores do que sua capacidade de gerar recursos”, explicou o diretor geral corporativo de LaLiga, Javier Gómez.

O organismo estabeleceu um limite de custo para os plantéis, nomeadamente futebolistas e equipa técnica, um valor que os catalães tornaram ainda mais negativo com as contratações dos avançados Ferran Torres, Aubameyang e Adama Traoré, bem como do defesa Dani Alves, que regressou a Barcelona.

Esta derrapagem pressupõe que o Barcelona agora só pode contratar através do artigo 100 do regulamento de controle financeiro, o que significa que só pode gastar 25% dos valores que economiza ou dos benefícios que obtém com as transferências de jogadores.

“O que isto significa é que o clube ficará mais limitado não apenas nesta temporada, mas igualmente nas seguintes, a menos que obtenha ganhos de capital ou benefícios”, elucidou o dirigente.

Do lado oposto, o eterno rival Real Madrid é quem tem melhor saúde financeira, sendo que os merengues podem investir até 739,2 milhões de euros para reforçar o seu grupo de trabalho (não sofreu retoques no mercado de inverno), o mesmo que em setembro de 2021.

O Sevilha de Julen Lopetegui, segundo no campeonato, atrás do Real Madrid, e à frente do FC Barcelona, terceiro, tem uma almofada de 199,1 milhões de euros, tendo a sua capacidade de investimento sido reduzida em 0,65%.

A seguir vem o Atlético de Madrid, quarto no campeonato, com 161,2 milhões, uma redução de cerca de 6%.

Villarreal, com 148,3 milhões e com redução de 7%, Athletic Bilbau, que viu a sua capacidade subir 11,45% para os 124,6 milhões de euros, e Real Sociedad, com folga reduzida em 13% para os 111,2 milhões são os restantes clubes com folga superior à centena de milhão.

Destaque ainda para o Valência que melhorou a sua capacidade em 86,7%, passando de 30,9 milhões em setembro para os atuais 57,7 milhões.