O Barcelona apresentou esta quarta-feira um recurso da acusação de que foi alvo por parte do juiz da Audiência Nacional Pablo Ruiz em relação ao "caso Neymar", futebolista brasileiro contratado pelo clube no último defeso.

A notícia foi confirmada à agência noticiosa EFE pelo clube catalão, que ao longo deste processo, defendeu sempre que a Audiência Nacional não é competente para resolver o caso, que, na sua opinião, deveria ter sido tratado por um tribunal provincial.

O Ministério Público espanhol pediu dois anos e três meses de prisão para o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e sete anos e três meses para o antecessor, Sandro Rosell, por delitos fiscais no âmbito do "caso Neymar".

O despacho de acusação pede também que seja aplicada uma multa de 22,2 milhões de euros ao Barcelona, que será julgado como pessoa jurídica, devido a ilegalidades no processo de transferência do futebolista internacional brasileiro.

Bartomeu e Rosell são acusados de delitos fiscais, com o antigo presidente do Barcelona a ser também acusado de um crime de gestão danosa, pela participação no processo através do qual o clube catalão deixou de pagar ao fisco perto de 13 milhões de euros (ME).

Além das penas de prisão, o procurador pediu ainda que Rosell seja multado em 25,1 ME, por dois delitos fiscais, cometidos em 2011 e 2013, e Bartomeu em 3,8 ME, por um crime fiscal cometidos em 2014.

O despacho disseca os diferentes contratos criados a fim de antecipar em um ano a contratação de Neymar e de permitir declarar à Autoridade Tributária espanhola um valor substancialmente inferior aos 83,3 ME que teve de pagar pela contratação do avançado brasileiro.

Segundo o mesmo documento, a decisão de antecipar a contratação de Neymar aconteceu durante uma reunião entre Rosell e Bartomeu em fevereiro de 2013, o que resultou no aumento significativo dos custos do processo de transferência, que foram camuflados através da celebração de vários contratos.

"Para levar a cabo esse plano e com a intenção de ocultar o custo real do jogador (Rosell) planeou dividir o pagamento por várias partes, formalizando uma série de contratos com o Santos e com Neymar, com diversos objetos e denominações, mas que tinham um único fim: a contratação de Neymar", defende o Ministério Público.