O Ministério da Saúde espanhol desaconselha testes massivos para detetar a covid-19 a quem não apresente sintomas, colocando em causa os planos da Liga de futebol de testar os plantéis e equipas técnicas das competições profissionais.
“Isso não significa que os testes que cumprem as recomendações dadas pelos grupos de especialistas não possam ser realizados, mas os testes em pessoas com qualquer sintomatologia, por mais leves que sejam, fazem mais sentido do que aqueles generalizados para populações assintomáticas", justificou Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias.
Na sexta-feira, a Liga espanhola anunciou o adiamento do início da realização dos testes à covid-19, depois de os ter previsto para a próxima semana, de forma a reiniciar o quanto antes a competição, seguindo o decretado pelas autoridades.
Na reunião do Comité Técnico de Gestão do Coronavírus em Espanha, Fernando Simón informou que o ministério não vai propor a realização de testes massivos a pessoas assintomáticas.
A Espanha é o terceiro país do Mundo com mais mortes, logo a seguir a Estados Unidos e Itália, com 22.902 óbitos e 223.759 casos.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Salvador Illa, também já tinha dito que as entidades que pretendam realizar testes em série o devem comunicar às autoridades sanitárias e que os mesmos devem realizar-se somente sob prescrição médica, destacando a importância de saber interpretar os resultados.
“Realizar testes desse tipo, sem ter todos esses processos bem estabelecidos e coordenados, é algo que acreditamos não poder recomendar”, completou Fernando Simón, desaconselhando que os recursos de saúde pública sejam utilizados com esse tipo de medida sem “real sentido clínico”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 198 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 766 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
Comentários