A obtenção da nacionalidade espanhola pelo futebolista guineense do FC Barcelona Ansu Fati “não constitui um problema”, disse hoje à agência AFP o vice-presidente da federação de futebol da Guiné-Bissau.

“Vários dos jogadores que jogam na nossa seleção têm também dupla nacionalidade. A detenção de nacionalidade espanhola não apaga a sua nacionalidade de origem. Ele é guineense”, afirmou Celestino Gonçalves, em declarações à agência noticiosa francesa.

Ansu Fati, de 16 anos, já marcou dois golos em quatro jogos da Liga espanhola.

“Ainda não contactámos o pai do Ansu Fati, Bori, que também era um bom futebolista, apesar de não ter tido oportunidade de jogar na seleção. Os conselhos do Bori serão determinantes para a escolha de o Ansu jogar ou não pelos ‘Djurtos’”, prosseguiu Celestino Gonçalves.

Na sexta-feira, o Conselho de Ministros de Espanha concedeu a nacionalidade espanhola ao futebolista Ansu Fati, nascido na Guiné-Bissau e que se estreou na equipa principal do FC Barcelona em agosto, com 16 anos, nove meses e 25 dias.

Nascido na Guiné-Bissau em 31 de dezembro de 2002, Anssumane Fati tornou-se no segundo jogador mais jovem a envergar a camisola ‘blaugrana’, depois de Vicenç Martínez Alama, na época de 1941/42, que se estreou aos 16 anos e 280 dias.

Em 31 de agosto, Ansu Fati tornou-se em Pamplona no jogador mais jovem a marcar pelo FC Barcelona na Liga, com 16 anos e 304 dias, destronando o hispano-sérvio Bojan Krkic e o ‘astro’ argentino Lionel Messi.

O Conselho de Ministros aprovou a proposta da ministra da Justiça, Dolores Delgado, e a atribuição, por decreto real, da nacionalidade espanhola vai permitir a Ansu Fati estrear-se com a camisola ‘roja’ no próximo campeonato do mundo de sub-17, que vai ser disputado no Brasil, entre 26 de outubro e 17 de novembro.

O pedido foi submetido pela Real Federação Espanhola de Futebol e apoiado pelo Conselho Superior de Desportes (CSD).

Ansu Fati rumou a Espanha aos sete anos para jogar no Sevilha, tendo saído para o emblema catalão em 2013.