Em Espanha, como noutros países, as entidades responsáveis pelo futebol continuam apostadas em fazer regressar o futebol o mais cedo possível com vista à conclusão da temporada 2019/20, ao contrário do que já aconteceu, por exemplo, na Holanda e em França, onde a época foi dada como concluída.
Essa determinação de fazer retomar as competições, contudo, está longe de agradar a todos, incluindo a muitos jogadores. Esta quarta-feira foi a vez do brasileiro Gabriel Paulista utilizar as redes sociais para expressar a sua revolta perante o possível regresso prematuro dos jogos de futebol. O futebolista do Valência lembrou que, apesar de serem "pessoas privilegiadas", os profissionais de futebol são, primeiro de tudo pessoas com "família, entes queridos e sentimentos".
Por essa razão, Gabriel Paulista defende que o futebol apenas deverá voltar quando houve a certeza absoluta de que não há qualquer perigo para a saúde. "Amo o futebol, amo jogar, amo o meu clube e queremos sempre dar felicidade aos adeptos, mas também, e acima de tudo, amo e respeito a vida de todos os seres humano. Joguemos quando ninguém tenha medo e quando tenhamos plenas garantias de que não há riscos", sublinhou.
Leia a publicação do jogador brasileiro na íntegra:
"Profissionais de futebol são pessoas privilegiadas, mas somos pessoas antes de tudo. Temos família, entes queridos e sentimentos.
Sempre nos pedem para ser um exemplo e é assim que deve ser, muitas crianças e jovens prestam atenção em nós. Vamos mostrar como exemplo para a sociedade que valorizamos a vida e a saúde acima de tudo.
Para mim, e tenho certeza de que para a grande maioria dos jogadores de futebol, dinheiro não é tudo.
Eu não quero que por precipitação ou pressão financeira, que podemos entender, mas nunca priorizar acima das questões mais fundamentais, qualquer membro da família, amigo, colega de trabalho ou profissão possa ficar doente ou morrer ... De fato após o terrível momento que ainda estamos passando, ninguém deve pegar ou morrer desta doença novamente!
Amo o futebol, amo jogar, amo o meu clube e sempre queremos dar felicidade aos torcedores, mas também e acima de tudo, amo e respeito a vida de todo ser humano.
Vamos jogar quando ninguém faça isso com medo e quando tenhamos garantias totais de que não há riscos. Caso contrário, se não nos derem garantias absolutas, tomemos exemplos de outros países que adotaram medidas mais contundentes.
Antes a vida e depois o futebol!"
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