A reunião desta quarta-feira entre o secretário de Estado dos Desportos de Espanha, Miguel Cardenal, e os presidentes da Liga de Futebol e da Associação de Futebolistas, Javier Tebas e Luis Rabiales, terminou sem acordo sobre a greve dos jogadores.

A tentativa de desbloquear a situação e evitar a greve convocada a partir de sábado pela Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) não surtiu efeito, a despeito dos “progressos alcançados”, como assinalou o presidente da Liga de Futebol Profissional (LFP), Javier Tebas, para quem “é necessário continuar o diálogo”, razão pela qual esta marcada para quinta-feira nova reunião entre as três partes.

Em causa está um decreto-lei aprovado pelo Governo espanhol a 30 de abril, que prevê a centralização da venda dos direitos de transmissão televisiva e determina que os clubes na primeira divisão recebam 90 por cento do valor realizado, cabendo apenas 10 por cento aos da segunda divisão, uma desigualdade contestada por jogadores e federação.

A Câmara Social da Audiência Nacional, um tribunal de apelo com sede em Madrid, comunicará na quinta-feira a sua decisão sobre a providência cautelar interposta pela LFP na sequência da suspensão por tempo indeterminado da competição anunciada pela Federação na sequência da greve convocada pela AFE.

Na terça-feira já se tinha realizado uma reunião entre a AFE e a LFP, que terminara sem acordo, razão pela qual se manteve a greve aos campeonatos convocada pelos futebolistas.

Os dois organismos compareceram no serviço de mediação e arbitragem, na sequência do comunicado da Federação espanhola (RFEF) de suspender por tempo indeterminado, a partir de 16 de maio, as competições e face à decisão dos jogadores de fazerem greve.

Se o futebol em Espanha parar a partir de 16 de maio, podem estar em causa as duas últimas jornadas da Liga espanhola, a 17 e 23 de maio, que incluem o jogo entre o FC Barcelona e o Atlético de Madrid, e a final da Taça do Rei, um Barcelona-Athletic Bilbau, no Camp Nou, a 30.