Miguel Zorío, antigo vice-presidente do Valência, apresentou esta segunda-feira na Procuradoria Anticorrupção em Espanha, uma queixa contra o acionista máximo do clube valenciano, Peter Lim, contra os três presidentes por este nomeados (Amadeo Salvo, Layhoon Chan e Anil Murthy), a ainda contra o empresário e agente de jogadores português Jorge Mendes.

Em causa, avança o jornal espanhol 'Mundo Deportivo', estão vários supostos crimes económicos, com destaque para um negócio entre Valência e Barcelona ocorrido no verão de 2019.

Nessa janela de transferências, o Valência venceu o guarda-redes Neto Murara ao Barça por 26 milhões e mais nove em variáveis, tendo o clube catalão vendido ao Valência o também guarda-redes Jasper Cillessen por 35 milhões. Um operação que, na altura, permitiu a ambos os clubes ultrapassarem parte dos seus problemas com o fair play financeiro.

Zorío descreve esta operação como uma "transferência ilegal" de jogadores e destaca que se trata de "um crime de falsa contabilidade, semelhante àquele pelo qual a Juventus foi sancionada em Itália na semana passada".

Na carta, o antigo dirigente denuncia que ambos os jogadores foram transacionados acima do valor de mercado, o que foi feito de forma a evitar que Peter Lim tivesse de enfrentar mais de 30 milhões de euros de perdas na sua conta de rendimentos.

"Os dirigentes do FC Barcelona beneficiaram deste mesmo artifício contabilístico e tudo foi feito com o olhar descontraído da Liga Espanhola de Futebol", denuncia Zorío, que também questiona várias outras operações de transferência envolvendo Jorge Mendes. "A participação de fundos de investimento e clubes ligados a Jorge Mendes nestes negócios, como o Benfica Stars Fund ou a Quality Sports Investments, incidem em crimes de administração desleal e corrupção entre particulares. Tudo isso com a conivência do presidente do Valência CF em todos os momentos", garante Zorío.

Entre os crimes apontados estão os de contabilidade falsa, apropriação indébita, administração desleal e corrupção entre particulares.

"Esta é a primeira vez que Peter Lim é denunciado como administrador do Valencia CF e estes crimes estão inseridos no código penal espanhol. Agora Peter Lim não se poderá esconder atrás dos presidentes que colocou no comando do clube. Ele é o maior responsável, embora não o único, pelo esvaziamento económico, desportivo e social do Valencia CF", remata Zorío na queixa apresentada e citada pelo 'Mundo Deportivo'.

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