A contratação de Ronaldo Nazário por parte do Barcelona não foi fácil. Em 1996/97, o emblema catalão contratou o craque junto do PSV Eindhoven, onde tinha dado nas vistas com 19 golos em apenas 21 jogos, depois de ter marcado 35 em 36 jogos na época 1994/95.
Joan Gaspart, presidente do Barcelona na altura, perdeu-se de amores pelo então jovem atacante brasileiro (pagou 15 milhões de euros) mas a contratação do atacante teve contornos … de filme. Em entrevista à 'Radioestadio Noche' de Onda Cero, o antigo líder dos blaugrana contou como foi.
"O clube de Ronaldo [n.d.r. PSV] deve ter-se arrependido do negócio. Havia uma cláusula que é normal que dizia que um acordo com um clube seria nulo se não se chegasse a acordo com o jogador. Ronaldo estava no Brasil com a Seleção, chegámos a acordo com o clube mas depois não conseguimos entrar em contacto com o jogador, apesar de já termos um entendimento. E penso que o clube fez os possíveis para que eu não me encontrasse com Ronaldo e com o delegado da Seleção brasileira. Não havia formas de ver o Ronaldo, nem conseguia chegar perto dele. Havia dois gorilas [n.d.r. seguranças] no elevador do hotel onde ele estava, o mais pequeno deles media uns 2,5 metros. Nem tentei subir. Depois quando chegou um empregado do hotel que dizia que um jogador tinha pedido uma coca-cola, ali eles deixaram-no passar. Fui direto ao quarto com a coca-cola e uma bandeja e ali assinei com Ronaldo", contou.
Depois de disfarçar-se de empregado de hotel, Joan Gaspart teve de convencer o brasileiro que era mesmo o presidente do Barcelona.
"O Ronaldo não me conhecia, então ligou ao seu empresário e disse-lhe: 'Está aqui um senhor…" e passou-me o telefone. Falei com o seu representante e disse-lhe: 'Olha, tive de fazer assim'. E ele, respondeu: 'Sem problemas, passa-me o Ronaldo que direi que és tu'. E assim Ronaldo assinou. Depois escondi o contrato, desci, para que os dois seguranças não o vissem", recordou.
Ronaldo Fenómeno só ficaria um ano no Barcelona, onde marcou 47 golos em 49 jogos, naquela que foi a sua melhor época de sempre. Sairia no final do ano para o Inter Milão, a troco de 25,6 milhões de euros.
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