O empresário de Rúben Semedo revelou esta quarta-feira que o internacional sub-21 português terá sido vítima de burla. Catió Baldé justificou assim as razões que podem ter levado o jogador do Villarreal a reagir 'fora do âmbito da lei' e que ontem o levou à prisão por suspeitas de agressão, roubo, sequestro e uso ilegal de uma arma de fogo.

"O Rúben [Semedo] foi vítima de uma burla. Aquilo que poderá ter acontecido, na atitude do Rúben, é ter reagido fora do âmbito da lei, daquilo que é legal, se é que aconteceu, mas porque foi vítima de burla", começou por dizer Catió Baldé à rádio TSF.

O futebolista do Villarreal foi ontem detido pela Guardia Civil por agressão, roubo e posse ilegal de arma, noticiou a agência EFE, citando fontes da investigação.

Segundo o jornal Las Provincias, em causa está uma queixa apresentada em 12 de fevereiro contra Ruben Semedo e outros dois homens, um dos quais seu primo. O denunciante acusou os três homens de lhe terem entrado em casa para roubar dinheiro, de terem disparado para o intimidarem, e de o terem agredido.

A vítima identificou Rúben Semedo e um primo deste como duas das três pessoas que o atacaram e agrediram tendo provocado lesões várias no seu corpo que o obrigam a usar muletas para se deslocar.

O queixoso também declarou que um dos agressores disparou duas vezes com uma pistola para o intimidar, sem que estes o tenham atingido.

Rúben Semedo será posto à disposição de um juiz esta quarta-feira ou amanhã uma vez que a lei espanhola estipula que um suspeito detido terá de ser ouvido por um juiz até no máximo 72 horas após a sua prisão.

"Eu e a família estamos ao lado dele para o ajudar a ultrapassar este momento. Isto é tudo muito mau. A carreira do jogador fica manchada com esta detenção. Esperamos que seja mais um caso que não tenha gravidade. É mau para um atleta jovem que estava a começar uma carreira promissora", afirmou Catió Baldé em declarações à referida rádio.

Este não é o primeiro caso policial de Ruben Semedo, que vai ser julgado em Espanha devido a alegando envolvimento em incidente com pistola nas imediações de um bar de alterne em Valência, em novembro de 2017.

Já Bebiano Gomes, advogado de Rúben Semedo, espera a medida de coação mais leve para o jogador.

"Ele é ouvido em 72 horas, mas não é obrigado a falar. Como arguido, a juíza deve aplicar-lhe o termo de identidade e residência, medida de coação mais leve, prosseguindo a investigação", considerou o advogado do jogador em declarações ao jornal Record.

Entretanto, o Villarreal anunciou ontem a abertura de um processo disciplinar ao futebolista português detido por agressão, roubo e posse ilegal da arma.

“Depois dos factos revelados hoje de manhã sobre o futebolista da equipa principal Ruben Semedo, o Villarreal comunica que abriu um processo ao jogador para investigar os factos”, refere uma nota publicada no sítio oficial do clube.

O Villarreal, sexto classificado da Liga espanhola, assegura que tomará “todas as medidas disciplinares” que considerar adequadas tendo em conta a “gravidade dos factos”.

Os casos de polícia a envolver Rúben Semedo 

7 de novembro de 2013 – Ainda no Sporting, foi apanhado, com 19 anos, a conduzir sem carta durante a madrugada e detido pela PSP. O clube castigou-o com a ‘despromoção’ à equipa B.

29 de outubro de 2017 – À saída de uma discoteca, já de madrugada, agrediu um jovem atirando-lhe uma garrafa de vidro à cabeça, depois de discutir com o próprio.

19 de novembro de 2017 – Alegadamente, terá apontado uma pistola ao dono de um bar que lhe pediu para abandonar o local, mas o central ter-se-á recusado a fazê-lo.

12 de fevereiro de 2018 – Com ajuda de outra pessoa, terá amarrado, agredido e retido na sua casa um refém. Tiraram a chave de casa e terão invadido o local para roubar