O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell defendeu hoje em Madrid a legalidade do contrato do futebolista Neymar, no valor de 86 milhões de euros, e sobre o qual há acusações de evasão fiscal.
O juíz Pablo Ruz, responsável pelo caso no tribunal de Audiência Nacional, acusou Sandro Rosell e o Barcelona pelo delito de “crime contra o erário público”.
Nas várias horas em que foi ouvido pelo tribunal, o ex-dirigente defende que “os contratos estão perfeitamente redigidos”, num processo em que o Barcelona também é indiciado e no qual também o diretor geral Antoni Rossich também foi ouvido.
Sandro Rosell reiterou que a transferência de Neymar custou 57 milhões de euros, 17 dos quais pagos ao Santos, clube original, e 40 milhões à empresa N & N, do pai do futebolista.
O ex-presidente revelou que inicialmente não tinha lido o contrato “em detalhe”, mas que depois de ter sido acusado os examinou minuciosamente e concluiu que podia “felicitar os serviços jurídicos” pela precisão do mesmo.
O juiz apoiou-se no relatório do fisco de 30 de maio que avalia a quantidade de dinheiro “não recebido” pelo tesouro espanhol, através de contratos assinados na transferência de Neymar, estimando uma perda de 11,8 milhões de euros, repartidos por 2,4 em 2011, 6,8 em 2013 e 2,6 em 2014.
Rosell demitiu-se em janeiro quando foi alvo de ação legal movida por um ex-dirigente que o acusava de apropriação ilegal de fundos quando não revelou o destino da verba total investida em Neymar.
Posteriormente, o clube divulgou que o custo da operação, sendo que o bónus pela assinatura, comissões, acordos de marketing, doação à fundação de Neymar e outros acordos totalizavam 86,2 milhões de euros, bem mais do que os 57 iniciais revelados pelos catalães.
Isso levou a acusação sobre o Barcelona que, quatro dias depois de ter sido acusado, fez pagamento voluntario de 13,5 milhões de euros em fevereiro, “um ato de prudência e não de culpa”, conforme referiu.
O Barcelona referiu que teve de atuar “com extrema prudência e confidencialidade” durante a contração devido ao “excecional interesse de outros clubes no futebolista”.
“O Barcelona confia e espera que o seu depoimento em tribunal ajude a clarificar que atuou corretamente em todo o processo”, disse o clube em declaração.
Em abril, a Liga espanhola disse acreditar que nada de errado se verificou com a transferência de Neymar.
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