Os técnicos do Ministério da Finanças de Espanha anunciaram hoje, em comunicado, que a defesa do Real Madrid ao futebolista Cristiano Ronaldo foi "infeliz" e que está fora "das suas competências como entidade desportiva".
"A defesa a Cristiano Ronaldo está fora das suas competências como entidade desportiva. Trata-se de, alegadamente, defraudar os rendimentos de publicidade obtidos individualmente pelo jogador, que nada tem a ver com a atividade do clube", refere o sindicato dos técnicos do ministério espanhol das Finanças (Gestha), em comunicado, citado pela EFE.
O Gestha considera que o Real Madrid é um clube com uma enorme projeção mundial e que a sua tomada de posição "prejudica o trabalho pedagógico que está a ser feito para sensibilizar a sociedade para a importância de pagar corretamente os impostos".
No documento, acrescentam que entendem que o clube campeão espanhol e bicampeão europeu quer que Cristiano Ronaldo seja considerado "não culpado", mas que "outra coisa bem distinta" é garantir a inocência do internacional português.
Os técnicos lembram que também o FC Barcelona tentou fazer o mesmo no caso de Lionel Messi, considerando que as ações dos clubes "são irresponsáveis".
A finalizar, os técnicos frisam que a declaração do Real Madrid foi "infeliz" e pedem "contenção" ao clube.
O Real Madrid mostrou hoje "plena confiança" em Cristiano Ronaldo, afirmando em comunicado que o futebolista português atuou dentro da legalidade no que respeita às suas obrigações fiscais.
"O Real Madrid mostra a sua plena confiança em Cristiano Ronaldo, que, entendemos, atuou conforme a legalidade no que respeita ao cumprimento das suas obrigações fiscais", escreveu o clube ‘merengue', em comunicado.
De acordo com o clube, Cristiano Ronaldo "mostrou sempre, desde a sua chegada ao Real Madrid, em julho de 2009, uma vontade clara de cumprir todas as suas obrigações tributárias".
Na terça-feira, o Ministério Público de Madrid acusou Cristiano Ronaldo de ter, de forma "consciente", criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros.
O futebolista português é acusado de quatro delitos contra os cofres do Estado, cometidos entre 2011 e 2014, que contabilizam uma fraude tributária de 14.768.897 euros.
Na partida da comitiva da seleção portuguesa de futebol que vai disputar a Taça das Confederações, na Rússia, o ‘capitão' da seleção foi questionado à entrada da porta do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, por uma equipa de televisão espanhola, que o confrontou com as últimas notícias dos jornais.
"(Estou de) consciência tranquila", atirou, de longe, Ronaldo, deixando ainda uma garantia sobre a sua serenidade face a esta polémica: "Sempre tranquilo".
A Gestifute, empresa que gere a carreira do futebolista, já reagiu também na terça-feira a esta acusação da justiça espanhola através de um comunicado, negando "qualquer tipo de esquema fiscal montado" pelo jogador para evadir impostos.
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