O futebolista brasileiro do Real Madrid Vinícius Jr. criticou hoje a inação da Liga espanhola, após ter sido novamente alvo de insultos racistas na sexta-feira, no jogo da 15.ª jornada frente ao Valladolid, que os ‘merengues’ ganharam por 2-0.
“Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto e a LaLiga segue sem fazer nada… Seguirei de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e do Madrid. No final a culpa é MINHA”, escreveu o avançado brasileiro na sua conta oficial na rede social Twitter.
Em diversos vídeos partilhados nas redes sociais, e divulgados também nos meios de comunicação espanhóis, podem escutar-se insultos dirigidos a Vinícius Jr. no momento em que este passa atrás da baliza defendida pelo seu colega Thibaut Courtois, após ter sido substituído.
O público arremessou ainda objetos, podendo ver-se o brasileiro pontapear um deles na direção das bancadas do Estádio José Zorrilla.
Pouco depois da publicação do avançado ‘blanco’, a Liga espanhola reagiu, em comunicado, rebatendo a acusação de inação.
“Perante a publicação de Vinícius Jr., jogador do Real, nas suas redes sociais, fazendo um comentário que alude à falta de medidas de ação por parte de LaLiga na luta contra o racismo, a LaLiga
detetou insultos racistas de algumas pessoas, desde as bancadas do estádio de Zorrilla, publicados nas redes sociais”, esclarece a entidade em comunicado.
A situação foi denunciada pelo organismo diante da Comissão Antiviolência e do gabinete do procurador de crimes de ódio, tal como aconteceu “noutras ocasiões, após terem sido investigadas condutas racistas dentro e fora dos estádios”.
A LaLiga lembra ainda que “liderou a luta contra este tipo de atos”.
No início de dezembro, o Ministério Público de Madrid arquivou uma denúncia apresentada pelos cânticos racistas contra o futebolista brasileiro do Real Madrid, durante o dérbi com o Atlético de Madrid, considerando que, apesar de “desagradáveis”, só “duraram uns segundos”, não constituindo, por isso, delito.
Segundo a ‘Fiscalía’, os cânticos proferidos em 21 de setembro por adeptos do Atlético de Madrid, durante o dérbi da capital espanhola, são “desagradáveis e desrespeitosos”, mas, tendo sido proferidos num contexto de “máxima rivalidade” e tendo durado pouco tempo, não podem constituir crime.
O Ministério Público tinha acordado abrir diligência dias depois dos insultos, denunciados pelo clube, pelo jogador e por várias instituições do desporto e sociedade espanholas, incluindo o chefe do Governo, Pedro Sánchez.
O procurador responsável concluiu, meses volvidos, que aqueles cânticos se juntaram a outras expressões insultuosas e, por isso, não atentavam especificamente “contra a dignidade” do avançado brasileiro.
O jogador de 22 anos já tinha sido alvo de comentários por celebrar golos com uma dança típica brasileira, que ‘Vini’ tem defendido e continuado a usar, após dizer, num vídeo, que se trata de “uma expressão cultural”.
No jogo que o Real Madrid venceu por 2-1, os adeptos do Atlético de Madrid terão cantado “és um macaco, és um macaco” antes, durante e no final da partida na direção de Vinícius Jr.
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