A empresa responsável pelo transporte dos adeptos que na noite de terça-feira provocaram desacatos em Guimarães garantiu hoje, em comunicado, que nunca teve conhecimento das intenções subjacentes àquela viagem.

Em comunicado enviado à Lusa, a Auto Viação Feirense revela ainda que os autocarros fretados sofreram danos calculados “em milhares de euros”.

“Nunca à AVF foi comunicado que o serviço fretado dizia respeito ao transporte de pessoas que tinham como objetivo causar danos e cometer crimes contra pessoas e bens, caso contrário não teria alugado os seus autocarros”, sublinha.

A empresa exorta as autoridades e os dirigentes desportivos “para que tomem as medidas legislativas e administrativas necessárias, que visem a punição efctiva da violência no desporto, por forma a que se atinja a paz social e que o desporto, em especial o futebol, se torne num acontecimento de união de famílias, desportistas e adeptos”.

“A Auto Viação Feirense, com mais de 85 anos de história, repudia qualquer tipo ou forma de violência, seja no desporto seja em qualquer outra circunstância”, acrescenta.

Diz ainda que se orgulha de ser parceira oficial de equipas de futebol como o Sporting Clube de S, João de Ver e do Lusitânia de Lourosa.

Na noite de terça-feira, a PSP identificou 154 pessoas, por alegadamente terem arremessado cadeiras de esplanadas e deflagrado artefactos pirotécnicos no centro histórico de Guimarães.

Em causa 122 cidadãos croatas, 23 portugueses e nove adeptos de outras nacionalidades.

Na quarta-feira, o clube croata Hadjuk Split jogou em Guimarães contra o Vitória local, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.

Segundo o Ministério da Administração Interna, “apenas um pequeno grupo de adeptos [croatas] organizou a sua deslocação com conhecimento das autoridades, entrando em Portugal por via aérea, tendo os demais contado com o apoio de membros de claques associadas a clubes portugueses para a organização das suas deslocações e estadia”.

Na noite de terça-feira, adeptos croatas e alguns portugueses rumaram, em cinco autocarros, do Porto até Guimarães.

Nesta cidade minhota, provocaram desacatos, após o que regressaram ao Porto, sendo aí intercetados pela polícia.