Os argentinos Jorge Sampaoli e Juan Antonio Pizzi já ‘roubaram’ títulos ao seu país, com vitórias do Chile na Copa América, em 2015 e 2016, tal como o espanhol Roberto Martínez procura fazer na Liga das Nações de futebol.

O terceiro estrangeiro a comandar a equipa das ‘quinas’, depois dos brasileiros Otto Glória e Luiz Felipe Scolari, vai disputar a quarta final da seleção portuguesa, frente à ‘sua’ Espanha, reeditando os embates entre treinadores argentinos nos encontros decisivos das edições de 2015, 2016 e 2024 da Copa América.

Jorge Sampaoli foi o selecionador na primeira vitória chilena na Copa América, em 2015, quando foi anfitriã da competição, numa final disputada em que levou a melhor, no desempate através de grandes penalidades, por 4-1, após 0-0 no prolongamento, frente à Argentina, de Gerardo Martino.

A história viria a repetir-se no ano seguinte, na edição do centenário da principal competição sul-americana de seleções, disputada nos Estados Unidos.

Mais uma vez, na final jogada em Nova Jérsia, o Chile venceu a Argentina nos penáltis, por 4-2, também depois de um ‘nulo’, num segundo desaire seguido na Copa América – que se juntou ao do Mundial2014 diante da Alemanha – que levou ao anúncio do abandono da seleção do astro Lionel Messi, que viria a reverter esta decisão.

‘La Roja’ foi comandada nesta edição de 2016 pelo hispano-argentino Juan Antonio Pizzi, que durante a carreira de jogador foi internacional por Espanha e alinhou pelo FC Porto, tendo na final levado, novamente, a melhor sobre Martino, isto depois de a Argentina até ter batido os chilenos na fase de grupos, por 2-1.

Sampaoli, que viria a comandar a Argentina entre 2017 e 2018, e Pizzi são os exemplos a seguir por Martínez, na final da Liga das Nações, frente à Espanha, detentora do troféu, no embate marcado para domingo, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), na cidade alemã de Munique.

A 15.ª Copa América da Argentina chegaria cinco anos depois, em 2021, graças a um golo do agora benfiquista Angel Di María, frente ao então detentor do título e anfitrião Brasil, em pleno Maracanã, num título revalidado em 2024, em novo embate entre treinadores argentinos.

No entanto, desta vez, Néstor Lorenzo, ao comando da Colômbia, perdeu diante da Argentina, do campeão do mundo e bicampeão sul-americano Lionel Scaloni, por 1-0, com um golo do suplente Lautaro Martínez, no prolongamento.

Estes foram os selecionadores que desafiaram as formações dos seus países em finais das principais competições por nações, sendo que, tal como no domingo, entre Martínez e Luis de la Fuente, houve outras quatro decisões continentais entre treinadores da mesma nacionalidade.

O primeiro destes embates opôs os húngaros Pál Titkos e József Háda, selecionadores de República Árabe Unida e Sudão, respetivamente, com a seleção representativa do Egito e da Síria a levar a melhor, por 2-1, no jogo decisivo da Taça das Nações Africanas (CAN) de 1959, então disputada por pontos.

Na mesma competição, em 1974, Zaire e Zâmbia disputaram o título, sob o comando dos jugoslavos Blagoje Vidinić e Ante Buselic, com os zairenses a erguerem o troféu, ao vencerem por 2-0 o jogo de desempate, disputado dois dias depois da final (2-2).

Dois anos mais tarde, novamente noutro formato, o episódio repetiu-se, num duelo entre os treinadores romenos Petre Moldoveanu e Virgil Mardarescu, com este último a levar Marrocos à conquista da CAN1976, como vencedor da fase final disputada por pontos, graças ao empate com a principal concorrente Guiné-Conacri (1-1).

Também na Taça Asiática já houve uma decisão entre dois selecionadores da mesma nacionalidade, em 2007, na final entre o Iraque e a Arábia Saudita, comandados pelos brasileiros Jorvan Vieira e Hélio dos Anjos, respetivamente, com o triunfo a ‘cair’ para os iraquianos, por 1-0.

Portugal, vencedor da edição inaugural da Liga das Nações, em 2019, disputa a segunda final da competição, no domingo, diante da Espanha, detentora do troféu e finalista em 2021.

Este vai ser o oitavo título continental de seleções principais disputado entre treinadores da mesma nacionalidade e o quarto a opor selecionadores frente aos seus países.