Depois de revelar a convocatória para os dois próximos compromissos de Portugal na fase de grupos da Liga das Nações, frente a Polónia (no Porto, a 15 de novembro) e Croácia (a 18 de novembro, em Belgrado), o selecionador nacional, Roberto Martínez, explicou as suas opções.

Roberto Martínez falou dos jogadores que se estreiam na convocatória, das ausências de alguns jogadores importantes, dos poucos minutos que alguns dos convocados têm pelos seus clubes e do facto não ter, desta feita, chamado qualquer médio esquerdino, algo que tinha considerado ser importante aquando da anterior convocatória.

Convocados 26 jogadores: "Ter 26 jogadores ajuda, num período sempre difícil, a gerir os jogadores, a sobrecarga e os esforços. É importante continuar nessa forma. Preparamos os jogos para ganhar, não para empatar e apurar. A ideia é ganhar, conquistar os seis pontos, mas crescer. Vimos, no estágio anterior, contra a Polónia, um desempenho com muita maturidade. Precisamos de continuar. Queremos ganhar, mas o 'como' é ainda mais importante."

Chamadas de Tiago Djaló e Nuno Tavares: "Temos também três regressos. O grupo é maior, temos mais jogadores, importantes, com valências diferentes. O Tiago Djaló é um central muito interessante. Acompanhámos o Tiago, no Lille. Teve a sua lesão, mas tem uma fisicalidade e pode ser muito importante. Abre-se a oportunidade, com as lesões de Gonçalo Inácio e Rúben Dias. É um desafio, na linha defensiva. Perdemos 200 internacionalizações nos três últimos meses, com a saída do Pepe e a lesão do Rúben Dias. O Renato Veiga já esteve no estágio de outubro, tal como o Tomás Araújo. É uma boa oportunidade. Também é fácil compreender o Nuno Tavares, um jogador com condições especiais. Teve um começo de época espetacular. É um jogador muito interessante para a seleção."

António Silva e João Félix chamados mesmo com pouco tempo de jogo: "No seu caminho de formação, os jogadores têm sempre momentos difíceis. O importante é o compromisso e a atitude quando estão na seleção. O António Silva, em todos os jogos pela seleção, teve desempenhos de alto nível. Faz parte de crescer e poder sentir que é importante na seleção. O João Félix tem uma qualidade incrível, temos muitos jogadores para essas posições, mas gosto da qualidade dele entre-linhas, em espaços reduzidos. É um jogador diferente dos que temos e precisamos. É um estágio importante para ele. São jovens, mas têm experiência na seleção."

Cinco laterais e quatro centrais na convocatória: "Estamos a falar de jogadores polivalentes. Renato Veiga pode jogar a central e trinco. Temos as posições de Nuno Mendes e Diogo Dalot, que podem jogar a laterais e a centrais, como já fizeram. Os adversários jogam com uma linha de cinco, precisamos de jogadores que joguem por fora, e queremos um equilíbrio, com uma escolha de continuidade e valências diferentes. Gostei muito do desempenho do Diogo Dalot contra a Polónia, assim como do Nuno Mendes, mas jogadores como Tiago Djaló podem ser importantes para o futuro. Precisamos de começar agora a substituir o que o Rúben Dias, que é um jogador excecional".

Substituto de Diogo Jota: "Temos muita qualidade, jogadores virtuosos, mas precisamos de olhar para jogadores que podem chegar à área e finalizar oportunidades. Neste estágio, o Cristiano Ronaldo é um ponta-de-lança claro, mas também gostamos de utilizar o João Félix e o Pedro Neto nessas posições. O foco era continuar com os jogadores que já estiveram na seleção, porque há muita competitividade no ataque. A qualidade dos jogadores de ataque é de alto nível, não tenho preocupações. Temos de trabalhar na sincronização e no equilíbrio no último terço, porque temos jogadores de segunda linha de muita capacidade."

Convocatória sem médio esquerdino, algo que tinha considerado importante: "Falei com o Samu. Gostei muito do perfil dele. É um jogador de futuro e presente. Está fora dos 26 porque temos mais jogadores. Agora, a aposta é nos jogadores de ataque. Não temos o Diogo Jota e a decisão é ter muita competitividade nos jogadores de segunda linha, como Matheus Nunes, Otávio, Pedro Gonçalves, que podem chegar ao último terço. É o estágio para eles mostrarem o momento de forma. Com o momento de forma do Palhinha e a polivalência do Renato Veiga, não precisamos, neste estágio, de um jogador defensivo como o Samu. Mas preciso de dizer, publicamente, que gostei muito do Samu."

Grupo fácil nesta fase de grupos: "Não concordo com sorteios simpáticos. Há é desempenhos profissionais e jogos bem preparados, que foi o que fizemos, com um grupo de jogadores que marcou golos, que foram objetivos e que mostraram tiveram qualidade. Queremos ganhar e apurar-nos, mas o foco é crescer. Temos mais experiência, estamos a abrir competitividade na seleção e continuamos a trabalhar. Se ganharmos quatro jogos, o estágio é o mesmo. Somos uma equipa que está a jogar muito bem entre as áreas. Agora, é o último terço o mais importante. O estágio de novembro é essencial. Queremos apurar-nos frente aos nossos adeptos, que é ainda mais importante."

Faltam de pontas-de-lança: "É um desafio do futebol português, o ponta de lança. É um perfil de jogador que não é fácil de encontrar. A nossa decisão foi procurar soluções dentro dos jogadores de ataque que temos, na seleção. Há jogadores como Fábio Silva, de quem o percurso estou a gostar muito, Tiago Tomás, que é um jogador diferente que está a crescer... Temos avançados, mas, para crescer como equipa, é uma boa oportunidade para demonstrar que podemos marcar golos com jogadores de segunda linha. É o trabalho que vamos fazer."