Itália é um país de tradições. Produtos como a pizza, a moda e alguns dos mais desejados automóveis do mundo são daí originários. Em Turim, reina a Juventus, senhora do Calcio italiano, mas que atravessava um mau momento, depois de um empate e uma derrota para a série A.
Parecia o momento ideal para o Sporting levar de vencido um gigante europeu, obeso perante tantas vitórias, depois das ameaças no ano passado frente ao Real Madrid e este ano frente ao Barcelona.
Após o encontro, Jorge Jesus falou do "feeling" que Mandzukic teve para fugir a Jonathan Silva e cabecear de forma triunfante para o golo. É esse timing, ou falta de 'tarimba' que tem faltado ao Sporting no confronto com os gigantes. Os leões igualam estas grandes equipas no futebol praticado, mas na hora H, acaba inapelavelmente batido. Falta ainda experiência e maturidade aos leões para lidar com os grandes momentos e isso ficou vincado no embate frente à vice-campeã europeia.
Com um onze de gala, recuperando Fábio Coentrão no lado esquerdo, o Sporting, em termos táticos, bateu-se taco-a-taco. Reconhecendo a superioridade dos italianos, concedeu-lhes a iniciativa de jogo. Com mais homens no miolo (Battaglia e William), ia segurando as iniciativas da equipa de Turim, mas raramente conseguia traduzir a melhor ocupação de espaços com a criação de lances e transições que representassem lances de perigo para a baliza de Buffon.
O início foi prometedor, com um golo madrugador. Contudo, a Juve soltou-se e tornou-se dona e senhora do seu reduto. O empate veio com naturalidade, com um livre irrepreensível de Pjanic. No segundo tempo, o aparente equilíbrio na zona central iludiu o leão que se esqueceu da imprevisibilidade dos homens de Allegri. De mansinho, os italianos foram-se aproximando da área. Allegri começou por refrescar o miolo, lançando o mais explosivo Matuidi para o lugar de Khedira.
Sentindo que a equipa estava com incapacidade para segurar a bola, Jesus mexeu. Entrou Palhinha e saiu Gelson. Com a lesão de Coentrão, o técnico viu-se obrigado a improvisar e Jonathan entrou para o lado esquerdo. Mais acertado/sortudo foi Allegri. Lançou a 'seta' Douglas Costa, que arrancou na esquerda e colocou a bola em Mandzukic, que fugiu ao argentino no lance e cabeceou de forma certeira. As mexidas acabaram por fazer a diferença, com a maior qualidade dos jogadores da Juve a fazer o resultado pender para o lado da equipa da casa.
Parecia o canto do cisne para os leões, que tentaram ainda reagir através de Bruno Fernandes, o mais esclarecido leão em campo. Apercebendo-se ou não da falha na estratégia, Jesus quis emendar a mão lançando Doumbia para a frente de ataque. O dianteiro teve o empate dos pés depois de um cruzamento de trivela do maestro do Sporting. Tarde de mais, o Sporting perdeu em Turim e vai tentar dar a volta ao texto daqui a 15 dias em Alvalade.
Momento
Podia-se falar aqui de golos ou de lances que decidem a partida. Mas o minuto de homenagem às vítimas dos incêndios em Portugal, com a bandeira das quinas iluminada lá no alto e o imponente estádio às escuras, perante milhares de aplausos não pode passar ao lado de uma noite, em que o futebol não foi assim tão importante.
Altos
Douglas Costa
Saiu do banco em alta velocidade para logo a seguir oferecer o golo da Mandzukic. Melhor timing não poderia ter tido a substituição de Allegri.
Bruno Fernandes
Esteve em todos os lances de perigo dos leões. Isolou Gelson Martins com uma grande abertura no lance que deu golo ao Sporting e na parte final colocou a bola nos pés de Doumbia que acabou por falhar o golo.
Baixos
Jonathan Silva
Entrou com o pé esquerdo no jogo. Acabou por fazer um erro individual ao deixar Mandzukic cabecear à vontade para o segundo da Juve.
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