O Athletic Bilbao foi até Itália empatar com o Nápoles a uma bola, em jogo da primeira-mão dos play-off de acesso a Liga dos Campeões. Os bascos estiveram quase sempre melhores no encontro mas a ponta final dos napolitanos merecia outro resultado. Rafa Benitez terá de tentar o apuramento em Espanha.

O Athletic Bilbao entrou em campo para contrariar uma estatística que intimida: nunca o Nápoles tinha perdido em casa para equipas espanholas.

Mas mais do que a história, em causa estava a entrada na prova milionária da UEFA e a possibilidade de jogar contra a elite do futebol mundial. Além da parte desportiva, há que contar com a parte financeira, com os grandes ganhos que uma entrada na fase de grupos da Champions proporciona.

Entrou forte o Nápoles, na busca do golo que pudesse relançar a equipa para um resultado confortável. Aos seis minutos Gargano descobriu Insigne na área mas o extremo italiano falhou o remate quando estava no um para um com o guarda-redes. Minutos depois viria a ser o próprio Hamsik a ter nova oportunidade mas o seu remate saiu ao lado.

O Athetic cresceu no jogo, equilibrou a contenda e passou a estar mais perto da baliza de Rafael. Enquanto os italianos trabalharam mais a bola e demoravam tempo a chegar a área de Iraizoz, os bascos, com um futebol mais objetivo, iam incomodando o guarda-redes brasileiro que hoje foi chamado por Dunga para os trabalhos da "canarinha".

Aduriz, por duas vezes, e Mikel Rico deram o aviso deque o golo estava para chegar. Aconteceu aos 40 minutos. E que golo! De Marcos, que jogou adaptado a lateral direito, correu pelo seu corredor, cruzou atrasado para Munian. O pequeno génio de Bilbao recebeu e rematou colocado, fazendo o 1-0.

O segundo tempo trouxe um Athletic mais ambicioso. Munian, por duas vezes, e Aduriz ameaçaram a baliza de Rafael mas sem acertar com o alvo.

O Nápoles, que entrara nervoso, foi crescendo no encontro principalmente após a entrada de Mertens para o lugar do apagado Insigne. A partir daí os napolitanos acercaram-se da baliza de Iraizoz e criaram várias oportunidades de golo mas a falta de eficácia, aliada a uma grande exibição do guarda-redes basco iam evitando males maiores.

Aos 69 minutos, Gonzalo Higuaín empatou a partida num remate rasteiro e colocado, após jogada individual. Por esta altura, o Athletic já não conseguia sair com tanta facilidade para o ataque, ao passo que o Nápoles de Benitez ia estando cada vez mais perto do golo. Callejon teve soberana oportunidade para marcar a passe de Higuaín mas rematou às malhas laterais quando só tinha Iraizoz pela frente. Depois foi outro espanhol, Michu (entrou no segundo tempo), que não quis atirar para a baliza, preferindo passar a um colega quando estava de frente para a baliza.

Nos instantes finais emergiu na baliza do Athletic Bilbao um "monstro" chamado Gorka Iraizoz, que foi defendendo tudo, guardando o preciso empate com "unhas e dentes". Que o diga Mertens, que viu dois remates com selo de golo acabarem nas mãos do guarda-redes espanhol.

O Nápoles acabou por não tirar partido do fator casa, pelo que terá de tentar resolver o jogo no San Mamés, perante um Athletic Bilbao que é muito forte em casa e que parte em vantagem, com o golo marcado fora.